segunda-feira, 29 de abril de 2013

Marcos Terena e a Vida dos Povos Indígenas

 Desejo apresentar, logo abaixo, mais um relato do estimado Marcos Terena (MM), o qual faz parte de sua história, história do seu povo - Terena, história do índio no Brasil, história do povo brasileiro. Na próxima postagem, vou verificar a possibilidade de divulgar uma "resposta" ao MM, que também, recebi no meu e-mail e o farei pois fui tomado (sensibilizado) pela nobreza dos pensamentos e gestos  dos dois  autores.

Saudações.
 
Eis o texto do Marcos Terena:

Amigos, Guerreiros e Irmãos!
 
A Nação Terena meu Povo era formado por grandes cavaleiros mas hoje na aldeia a gente só vê motos e bicicletas, mas um dos mais importantes ensinamentos que ouvi era que não bastava andar de cavalo, era importante conhecer, saber e vivenciar o estilo de cada cavalo, senão um dia você cai.....
 
Nós fomos os grandes estrategistas durante a Guerra do Paraguay para ajudar o Exército Brasileiro dentro do Pantanal e do Chaco, principalmente as mulheres, mas depois de tudo isso, perdemos nossos territórios originários, fomos traídos pelo Governo com falsa promessas e ficamos ilhados em pequenas reservas que antes da chegada do Purutuie, se constituia em nosso território ancestral. Até hoje não conseguimos retomar esses direitos.
 
Um dia conheci um técnico da antiga Embratel responsável por todo o sistema do Leste Brasileiro, de repente ele começou a falar comigo em nossa língua. Sim, ele era um Terena que usava sua inteligencia para ajudar o sistema eletro-eletronico do homem branco num centro principal do País.
 
Meu avô o Pai da minha Mãe que não conheci era um domador de cavalos bravos e foi assassinado ao tentar libertar o irmão dele que estava preso pelo SPI, mas ele morreu lutando pela liberdade das prisões que o homem branco inventava para disciplinar nossos Guerreiros.
 
Neste ano de 2013 diversos movimentos indígenas tem se mexido tentando dar visibilidade ao rosto e o sangue indígena em vários circuitos do Brasil. Vários encontros de jovens Indígenas. Muitos encontros de Mulheres Indígenas. Muitas reuniões sobre projetos, programas de desenvolvimento, cultura, educação e esportes.
 
Isso significa que nosso Povo vive e quer lutar com as armas do homem branco para sair da sombra dele seja da Funai, de amigos fazendeiros, politicos, organizações não governamentais e até de índios que trabalham para eles. Ou seja, atingir a liberdade e a auto-determinação.
 
É hora de continuar lutando e de o Governo Federal fazer seu papel constitucional: demarcar as Terras Indígenas como base para a Vida dos Povos!
 
Marcos Terena - Filho do Povo Xané - Tradição Xumono
Fundador da União das Nações Indígenas - 1º Movimento Indigena do Brasil

*M. MarcosTerena*
Cátedra Indígena Itinerante - UII
XII Jogos dos Povos Indígenas - 2013http://twitter.com/marcosterena - www.facebook.com/marcosterena
 
Fonte: e-mail

sábado, 27 de abril de 2013

Ariano Suassuna e o "forró" atual

Muita coisa está senda asfixiada para realmente não construirmos cultura, educação, saúde, civilidade, paz, sustentabilidade humano-planetária e, de do outro lado, para o paradoxal: investimentos avantajados em prol da barbarie vulgarizada dia-a-dia... Quem vai se alinhar a pensamentos e pronunciamentos o que tarnscrevemos abaixo?!

O Brasil - país continental a passos céleres do inabitável...

Leia, por favor, a crítica do mestre Ariano Suassuna.


Por Ariano Suassuna

“Tem rapariga aí? Se tem, levante a mão!’. A maioria, as moças, levanta a mão. Diante de uma platéia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, e todas bandas do gênero). As outras são ‘gaia’, ‘cabaré’, e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.

 Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá: Calcinha no chão (Caviar com Rapadura), Zé Priquito (Duquinha), Fiel à putaria (Felipão Forró Moral), Chefe do puteiro (Aviões do forró), Mulher roleira (Saia Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do Forró), Banho de língua (Solteirões do Forró), Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada), Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró), Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró). Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.

 Porém o culpado desta ‘desculhambação’ não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando-se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de ‘forró’, parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde. Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado. Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo estético. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.

 Aqui o que se autodenomina ‘forró estilizado’ continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem ‘rapariga na platéia’, alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é ‘É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!’, alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.

 Fonte: http://ncwr.wordpress.com/2009/11/23/critica-de-ariano-suassuna-sobre-o-forro-atual/ Acesso, 27.04.2013

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Pensando Cultura na cesta básica da cidadania



Estou aqui, do lado de cá, sozinho, pensando na cultura, e fico anelando quando juntos estivermos pensarmos na cultura.

Fazer ou criar cultura não é mesmo a mais difícil a ação. O mais difícil é mesmo o entrave ou melhor, (os) entraves, no plural. Eles são o que nos desafiam desde os primeiros tempos da humanidade a darmos saltos de qualidade nesta relação: criador(a) de cultura e a sua continuidade em seu tempo e espaço ou que ela até avance geografias e temporalidades.

Penso que os entraves antes de tudo são o que oscilam ente o que “todos” proclamam de que a cultura é um grande bem social, que sem cultura não se forma um povo civilizado… que a cultura é o maior patrimônio de um povo, nação… que a cultura é… e, verdadeiramente, cadê a real atitude em prol desse reconhecimento? Temos que sair do logos para o “logo” da materialidade no aqui e agora  – como sinaliza o cantor e compositor Gilberto Gil em uma de suas joias – a música “Logos versus logo”.

As pessoas – se quiserem, poderiam cultivar as várias formas de cultura, até porque é muito vasta a dimensão do que é cultura. Mas, da cultura que acredito estejamos nos referindo – precisa fazer parte da cesta básica da cidadania. Estar na pauta do dia a dia. Por outro lado é preciso que seu(ua) criador(a) possa ter os meios (estímulos) de cultivar, dar manutenção, difundir, divulgar – fazer circular o que produz. Claro, seu projeto deve ser criativo, bem escrito e bem escrito não é necessário que seja uma obra de várias dúzias de palavras tão cultas que não estão circulando nas bocas dos populares e que se precise de dicionários para saber seus significados.

Neste contexto, sobretudo, pode ser uma proposta que tenha alguns eixos: coerência, coesão, abrangência e emergência temáticas. Até porque, nas mídias –, existe um sem-número de produtos que tem outra orientação, desejo, finalidade, destino, destinatário, etc. Enfim, o entrosamento entre criadores(as) deve ser permanente e aprimorado, etc. E deste processo pode vir algo para além dos “entreves”, quer em nome das leis de incentivo, patrocínio, subvenção, parceria, apoio, fomento entre outros instrumentos.

Finalmente, penso que se deve abrir o debate sobre Cultura e sua importância como ação e força pedagógicas para a transformação social, melhoria da civilidade, da ternura e pela construção de uma cultura de paz, justiça e pela sustentabilidade planetária - e sem deixar de alegre, criativa, participativa, civilizatória e sem que para isto, ser panfletária, de difícil acesso, que precise de auxílio de um bom dicionário ou de fácil descarte.

Enfim, a cultura que era só um produto para o entretenimento, informação, autoformação, formação – vem sendo pensada como estratégia de outras dimensões, apropriando de outros conceitos e possibilidades. Por exemplo, vir a desempenhar papel de relevância nas gestões públicas, na cultura como bem e meio para a economia desde o seu desenvolvimento local e desdobrando para além de suas dimensões lúdica, simbólica e cidadã e se configurando no seu espectro antropológico, ou seja, o que se vai construindo ao longo das ações humanas, na sua interação social, entre os mais rudimentares, populares, cultos, eruditos ou acadêmicos fazeres, afazeres e saberes.

Tomara que logo-logo ampliemos os espaços de discutirmos e refletirmos sobre Cultura. O que é, o que pensamos, o que queremos, que políticas públicas de cultura compreendemos representar o que desejamos venha a ser diretrizes, planos e ações para a Cultura e assim por diante.

Realmente, sozinho, pensar cultura é muito solitário. Pensar junto tem uma dimensão de prazer, compartilhamento, inclusão, maturidade, diversidade e... O que construirmos será uma reflexão coletiva e uma prática multicultural.

Que a Cultura seja um item indispensável na Cesta Básica Cidadã!

sábado, 20 de abril de 2013

MOBILIZAÇÃO NACIONAL EM DEFESA DOS TERRITÓRIOS INDÍGENAS

Os povos indígenas sempre lutaram por seus direitos - ao contrário de comentários que ouvíamos de que eles estavam (apenas) nas selvas, no bem-bom das redes, fumando seus cachimbos, cultivando suas tradições, não produzindo para o seu país... e ... Esse pensamento a cada dia cai no vazio. O que a história mostra - e já elencamos aqui no PensamentAções e Suas Fronteiras - as dezenas de movimentos, tais como: confederações, revoltas, levantes, guerras, petições, mobilizações, etc. para assegurar suas lutas por suas vidas, culturas, territórios.

As lutas com esses fins, veem ocorrendo no dia a dia desde as aldeias, comunidades, cidades, universidades, assembléias estaduais e no congresso nacional, no planalto, nas mídias e fora do Brasil.

No conjunto de ações no Abril Indígena, esta semana, os Povos Indígenas de todo o Brasil participam em Brasília (DF) de mais uma Mobilização Nacional em Defesa dos seus Territórios entre outros Direitos Sagrados.

Assista ao vídeo abaixo ou acesse o link postado pelo CIMI (Conselho Indigenista Missionário):

http://www.youtube.com/watch?v=wIoc3kkxicY






sexta-feira, 19 de abril de 2013

Ditadura. Filho se emociona ao falar do trabalho de investigação feito pelo procurador



De: "wenderfreitas"
Data: Sexta, 19 de Abril de 2013 19:41
Assunto: [pineb] Filho se emociona ao falar do trabalho de investigação feito pelo procurador

Ditadura.

Filho se emociona ao falar do trabalho de investigação feito pelo procurador sobre massacre indígena
Estado de Minas

Publicação: 19/04/2013 08:03 Atualização: 19/04/2013 09:44

"O relatório é uma bomba atômica na história recente do país. Tinha muita gente importante envolvida. Essa é uma das melhores notícias que já recebi nos últimos 40 anos", se emociona o advogado Jader de Figueiredo Correia Júnior, ao saber que o relatório produzido por seu pai em 1968, sobre violação de direitos humanos de indígenas, foi encontrado quase intacto, depois de mais de 40 anos desaparecido. "Eu tinha certeza de que ele tinha sido queimado. Diziam na época que tinha sido proposital", lembra o advogado, que reclama de o trabalho do pai ter sido escondido e ignorado na história do país, perpetrando as injustiças constatadas.

"Era uma voz solitária na ditadura, contra o AI-5 e contra um regime que censurava a imprensa", diz. O vice-presidente do Tortura Nunca Mais de São Paulo e coordenador do projeto Armazém Memória, Marcelo Zelic, um dos principais atores na recuperação do material, concorda: "Jader de Figueiredo foi uma figura republicana superinteressante, apagada injustamente da história".

Em 1977, uma comissão parlamentar de inquérito foi aberta na Câmara para investigar violações de direitos humanos dos índios. No ano anterior, o procurador que produziu o relatório morreu em acidente de ônibus, aos 53 anos. Perguntado se a morte do pai pode ter sido provocada por opositores, o filho considera: "Eu nunca tinha pensado nisso, eu tinha 14 anos incompletos na época. Pode ser. Meu pai morreu em um acidente que nunca foi esclarecido".

Jader Figueiredo Júnior relembra o transtorno que a divulgação do relatório trouxe à família e diz que seu pai chegou a ser ameaçado de morte. "Ele sofreu atentados, foi perseguido por pistoleiros durante a investigação. Nossa família vivia sob segurança da Polícia Federal", relembra. Ele destaca que o pai não era uma pessoa vaidosa e não gostava de aparecer. "Ele se indignava de pensar que seu trabalho podia ficar no `dito pelo não dito'. Viu muita injustiça, muita crueldade. E morreu na esperança de seu trabalho aparecer de novo, de algum jeito. Onde ele estiver agora, estará feliz", acredita o filho.

Jader Júnior relata uma passagem que o pai costumava contar em casa, sobre uma índia que foi morta e cortada ao meio em público. Segundo ele, quando o procurador chegou à aldeia, encontrou a mulher amarrada entre duas estacas pelos pés, de cabeça para baixo, partida longitudinalmente ao meio por piques de facão. "O brasileiro costuma assistir a filmes de Hollywood onde cauboís matam índios e acha bonito. O que o americano fez com os índios foi brincadeira em relação ao que foi feito aqui. Lá foi uma matança, aqui foi genocídio. Uma coisa nazista, hitlerista.

E o brasileiro não tem consciência disso. Isso é uma coisa que o mundo precisa saber", revolta-se o filho. A perplexidade do pai está indelével no relatório recuperado: "Os criminosos continuam impunes, tanto que o presidente dessa comissão viu um dos asseclas desse hediondo crime (assassínio de Cintas Largas, no Mato Grosso) sossegadamente vendendo picolé a crianças em uma esquina de Cuiabá (MT)".

Catalogação

Marcelo Zelic também expressa grande alegria pela descoberta do documento. "Eu o achei inteirinho", exclama o pesquisador, que percebeu que os papeis ilegíveis eram o famoso Relatório Figueiredo, que ficou batizado com o nome do procurador. Ele descreve que foi chamado ao Museu do Índio em agosto do ano passado para analisar documentação que estava em posse da entidade desde 2008 e havia sido catalogada em 2010. Das 62 páginas finais entregues ao ministro Albuquerque Lima pelo procurador.

Jader de Fiqueiredo, 15 estavam em estado precário de preservação. O ativista garante, porém, que os trabalhos desenvolvidos pelo Museu do Índio, Tortura Nunca Mais de São Paulo, Comissão Justiça e Paz de São Paulo, Konoinia Presença e Serviço, Associação Juízes para a Democracia e Armazém Memória, com apoio da deputada Luíza Erundina (PSB-SP), conseguiu recuperar todas elas, que estão sendo catalogadas.

Dois dos questionamentos que o relatório pode suscitar são em relação a posse de terras, como a dos índios kadieus, em Mato Grosso, e a acusados de crimes não apurados. Em uma das páginas entregues a Albuquerque Lima, por exemplo, quatro nomes são citados como responsáveis por diversos crimes. São eles: Abílio Aristimunho, Acir Barros, Airton de França e Alan Kardec Martins Pedrosa.

Acompanhe também o Pernambuco.com pelo Twitter

http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/politica/2013/04/19/interna_politica,434949/filho-se-emociona-ao-falar-do-trabalho-de-investigacao-feito-pelo-procurador-sobre-mass
acre-indigena.shtml

Procuradoria Federal/AGU conquistou para os Guarani Kaiowá. Feliz Dia do Índio!

 Comemoremos! Íntegra da Decisão pleiteada pela Procuradoria Federal/AGU para Pindo Rocky.

Vale ler!

 

 Tania Pacheco – Combate Racismo Ambiental

 Aí vai, fotografada, a íntegra da vitória que a Procuradoria Federal/AGU conquistou para os Guarani Kaiowá junto ao Tribunal Regional Federal da 3 Região. Com a ajuda inclusive de uma citação de Antônio Brand (que de alguma forma e lugar deve também continuar a olhar por eles), a Decisão derruba a reintegração de posse determinada pela juíza Raquel Domingues do Amaral Corniglion, de Dourados. De acordo com a Juíza, os Guarani Kaiowá teriam até hoje, 19, para abandonar a Tekoa Pindo Roky, inclusive desenterrando e carregando com eles o corpo de Denilson Barbosa, de 15 anos, assassinado por Orlandino Gonçalves Carneiro, réu confesso. Como escreveu Ivan Viegas, ao nos encaminhar a Decisão, “Feliz Dia do Índio para a comunidade Indígena do Pindo Roky!”. E um dia feliz também para ele e toda a equipe da Procuradoria Federal/AGU que honrosamente cumpre seu papel e a Justiça.

 
 Fonte:
http://racismoambiental.net.br/2013/04/comemoremos-integra-da-decisao-pleiteada-pela-procuradoria-federalagu-para-pindo-rocky-vale-ler/

19 de abril - Dia do Índio - O que se comemorar?

 
 
19 de abril.

O que se comemora hoje? Há o que se comemorar?!

Sou indígena em muito do que faço e penso e luto...
 
Hoje, não vou, aqui, escrever muito a este respeito, contudo, convido a tod@s a fazermos uma reflexão sobre o que é Ser Índio Hoje no Brasil, senão, no Mundo. Sobretudo, no Brasil, se assim preferirem. Afinal, o que está acontecendo entre os Guarani-Kaiowá, Kiriri, Tupinambá de Serra do Padeiro e de Olivença, índios em marchas vertiginosas em Brasília, entre as dezenas de povos que estão na curva do Rio Xingu em virtude da Usina Bela Monte que os acabadores da seiva da vida querem por fim nos enfiar goela abaixo, o agronegócio tratorando vidas, culturas e patrimônios naturais... a discriminação, o genocídio, o esbulho de terras...
 
... É. Eu disse que não ia escrever muito...
 
Tão vendo. É por isso que é URGENTE continuar a reflexão-ação-reflexão sobre como temos agindo nesse (nosso) país quando o outro é o índio. Esse (des)conhecido nosso. Esse (des)semelhante nosso. Esse parente nosso. Esse irmão nosso. Esse brasileiro estranhado em suas terras milenares!
 
Como a foto acima, que cada um(a) de nós leve adiante a sua mensagem. Passe seu bastão. Dê a sua contribuição. Ela, a índia Krahô, leva para o presente-futuro a sua cultura, saberes ancestrais no fazer diário. Eis um dos tantos exemplos de Ser Índio(a) ou se quisermos: aborígenes, nativos, filhos da terra, ameríndios, etc.
 
Todo dia é dia!
 
Que o Brasil lhe seja irmão!
 
Foto: Renato Soares (Moça do povo Krahô).

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Ato político na Câmara dá visibilidade à pauta do Abril Indígena

16 de Abril de 2013 - 13h12

O Ato Político contra o Avanço da Bancada Ruralista em Territórios Indígenas, com o objetivo de dar visibilidade à pauta do movimento Abril Indígena, que ocorre em Brasília esta semana – de segunda a sexta-feira (15 e 19) - reuniu mais de 300 índios que acompanharam a votação do relatório final da comissão externa que acompanha as denúncias de violência contra a comunidade indígena Guarani-Kaiowá, do Mato Grosso do Sul.


Agência Câmara
Ato político na Câmara dá visibilidade à pauta do Abril Indígena Mais de 300 indígenas acompanharam a votação e o ato político na Câmara.
Mais cedo, às 8h30min, em uma tenda armada no gramado em frente ao Congresso Nacional, foi lançado o Grupo de Trabalho em Defesa dos Povos Indígenas. O objetivo do grupo será dar visibilidade ao movimento Abril Indígena que está reunindo em Brasília, desde segunda-feira (15) até sexta (19), cerca de 600 lideranças indígenas, vindas de todas as regiões do Brasil, com o tema: Mobilização Nacional em Defesa dos Territórios Indígenas.

O Grupo de Trabalho em Defesa dos Povos Indígenas tem ainda como objetivo demonstrar a luta dos povos indígenas pela terra e por sua demarcação, pela qualidade de vida e pelo resgate das tradições e a inserção digna na sociedade. A criação da comissão especial foi aprovada pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, na última quinta-feira (11).

Terra para os índios

A comissão externa aprovou o relatório final em defesa dos índios guarani-kaiowá no sul do Mato Grosso do Sul. O texto foi elaborado pelo coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Sarney Filho (PV-MA), resultado da visita que fez em dezembro a Iguatemi (MS) para conhecer as condições de vida da comunidade instalada em uma área de dois hectares da Fazenda Cambará, conhecida como Pyelito, nas margens do Rio Hovy.

Naquela ocasião, os índios, ameaçados de expulsão, anunciaram um possível suicídio em massa. "A nossa posição é que a fazenda seja desapropriada e a terra entregue para os índios", disse o deputado Sarney Filho (PV-MA).

A propriedade tem 762 hectares e se destina principalmente à pecuária de corte; cerca de 570 hectares estão plantados com pastagens. Além disso, 70 hectares foram plantados com eucalipto.

Segundo o relatório final, há mais de um ano que as crianças deixaram de frequentar a escola. Os índios não têm disponível nenhum meio de transporte e o proprietário bloqueia a estrada por um lado e, pelo outro, há o rio Hovy, que requer um barco, algo que os Guarani não têm.

Durante o evento, foi aberta a exposição de fotografias “Séculos Indígenas no Brasil”, de Franklin Azevedo Coe. Durante o lançamento, os participantes também poderão conferir o Caderno Especial Índios, da Revista de Debates Pensar Verde, que traz em seu conteúdo as atuais políticas indigenistas pela perspectiva dos índios, além de apontar novos caminhos para construir políticas que beneficiem e entendam suas verdadeiras necessidades.

Da Redação em Brasil
Com Agência Câmara

Fonte: http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=1&id_noticia=211144

E se deixa de ser índio... quando?!

"Os povos indígenas não devem ser tratados como primitivos por primarem pela reprodução da cultura, das línguas e dos costumes milenares. Os chineses, japoneses e outros povos não ocidentais têm conciliado cultura e modernidade, mas quando se trata de povos indígenas os rótulos são logo estampados: quando se apropria dos recursos tecnológicos "deixou de ser índio", quando preserva a cultura "é atrasado", quando se trata de garantia de territórios "é muita terra para pouco índio". A cultura é dinâmica, portanto, se modifica, agrega novos elementos e deixa outros para trás. O que queremos é o respeito às nossas formas de organização social como sistemas complexos e completos, com organização política, econômica, jurídica e religiosa própria. Mas será que os professores estão preparados para trabalhar a partir dessa demanda? Ou vão continuar reproduzindo o preconceito, os estereótipos a incompreensão e a intolerância nas escolas e na sociedade?"

Por Rosani Fernandes, professora Kaingang
http://educarencantando.blogspot.com.br/2009_04_01_archive.html

Do Álbum: "Elk falam as raízes da Terra» de Elk Tyfalay Post nº 1297
https://www.facebook.com/media/set/?set=a.513951648616267.121143.493786710632761&type=1

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"Os povos indígenas não devem ser tratados como primitivos por primarem pela reprodução da cultura, das línguas e dos costumes milenares. Os chineses, japoneses e outros povos não ocidentais têm conciliado cultura e modernidade, mas quando se trata de povos indígenas os rótulos são logo estampados: quando se apropria dos recursos tecnológicos "deixou de ser índio", quando preserva a cultura "é atrasado", quando se trata de garantia de territórios "é muita terra para pouco índio". A cultura é dinâmica, portanto, se modifica, agrega novos elementos e deixa outros para trás. O que queremos é o respeito às nossas formas de organização social como sistemas complexos e completos, com organização política, econômica, jurídica e religiosa própria. Mas será que os professores estão preparados para trabalhar a partir dessa demanda? Ou vão continuar reproduzindo o preconceito, os estereótipos a incompreensão e a intolerância nas escolas e na sociedade?"

Por Rosani Fernandes, professora Kaingang
http://educarencantando.blogspot.com.br/2009_04_01_archive.html

Do Álbum: "Elk falam as raízes da Terra» de Elk Tyfalay Post nº 1297
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sexta-feira, 12 de abril de 2013

Mês da Consciência Indígena


DIA 19 DE ABRIL A PARTIR DAS 10 HORAS: ENCONTRO CULTURAL ESPECIAL NO ESPAÇO CULTURAL PIERRE VERGER

No intuito de comemorar o mês da  consciência indígena, o Ponto de Cultura da ANAI: PINAINDIOS - Culturas  em Rede se juntará ao Ponto de Cultura da Fundação Pierre Verger para  realizar um Encontro Cultural Especial.

 O Encontro Cultural contará com a participação de representantes indígenas e realizaremos várias atividades direcionadas à alunos e professores dos níveis fundamental e médio. Com tudo, todos sejam bem-vindos!

Espaço Cultural Pierre Verger:
Ladeira da Vila América, 18 - Eng. Velho de Brotas/ Vasco da Gama. Salvador (BA).

Nathalie

(71 9102-9532)

 
Fonte: Via e-mail do Grupo de grupo de interlocução dos associados, parceiros e amigos da a ANAI - Associação Nacional de Ação Indigenista.

Simões Filho: Manifesto da Identidade Cultural (2005)



MANIFESTO DA IDENTIDADE CULTURAL

Em memória dos ancestrais, dos contemporâneos e dos que virão.

Considerando Simões Filho como um destacado Município do Estado da Bahia, herdeiro das matrizes étnicas indígenas que remontam o período primevo e componente do território do que viria a se chamar Brasil, cenário da colonização portuguesa, espaço das primeiras nações africanas para cá traficadas, palco das lutas pela Independência da Bahia, eixo estratégico para diversas vias, proximidade ao aeroporto e  Baía de Aratu - ecossistema lagunar, Centro Industrial de Aratu, -  dezenas de rios, etc. -, também contrasta com um passivo socioambiental que nos convoca a reparar.

Assim, nós, presentes ao fórum do orçamento participativo do Município de Simões Filho, através da Oficina Temática: Identidade Cultural, resolvemos, em representando as potencialidades ambientais, sociais, artísticas e desportivas, apontarmos para esse mosaico de talentos e experiências relevantes no campo da arte, cultura e desporto a solicitamos atenção especial para as produções e projetos locais que apresentam uma diversidade cultural e desportiva – desde o teatro, música, literatura, artes plásticas – como no desporto com atletas nas mais diversas categorias e destacadas posições e certames.

Em consonância e paralelo a esses quadros - instigarmos uma cultura de paz que se faz urgente e ampliarmos a abrangência do protagonismo juvenil com vistas a somarmos forças com o segmento da juventude que anela acolhimento em suas aspirações e querem educação, arte, cultura, desporto e promoção e oportunidades  de cursos para a formação profissional.

Nesse momento histórico, ímpar e de profundo redesenho da cidadania do nosso povo e por que já não suportamos mais os desvãos aos quais fomos submetidos, vimos apresentar à todos os presentes neste fórum e à sociedade simõesfilhense o que almejamos em pequeno, médio e longos prazos conquistar, a fim de fazermos surgir um rosto identitário que represente os nossos ancestrais e os contemporâneos na promoção do resgate da auto estima dos que vivem nesse Município e dos que ainda viverão.

A Simões Filho que queremos tem tudo para estabelecer a promoção social e voltarmos a nos orgulhar e buscar a obstinada qualidade de vida, para todos e para todas. Essa é a nossa função e missão, por isso estamos aqui!

Nossas propostas:

- Criar o Conselho Municipal de Cultura e Desporto;

- Revisar os nomes dos logradouros com referendo da população a fim de que esta recupere o seu sentimento de pertença com essa terra;

- Construir, restaurar e manter os monumentos que representem a identidade cultural local;

- Construir o Centro Integrado de Arte, Cultura e Lazer;

- Elaborar e divulgar o Calendário Cultural e Desportivo do Município; 

- Construir um espaço para grandes feiras e shows nos moldes do Espaço Camaçari 2000 entre outros centros de exposição ou afins;

- Ampliar o corpo técnico da Secretaria de Cultura e Desporto;

- Firmar parcerias com empresas com responsabilidade social a fim de que invistam percentual específico no desenvolvimento da arte, cultura e desporto;

- Realizar o censo cultural e desportivo;

- Potencializar os grupos de arte, cultura e desporto que já existem e fomentar o despertamento de novos talentos;

- Dotar no orçamento do município o percentual de 10% para a cultura e desporto;

- Criar a lei municipal de incentivo à arte, cultura e desporto;

- Construir centros de arte e cultura de forma regionalizada;

- Resgatar, valorizar e preservar a história local;

- Divulgar a arte, cultura e desporto do município;

- Sediar eventos culturais e desportivos, promovendo o entretenimento, levando em conta as localidades mais afastadas do centro da cidade;

- Estimular a capacitação e atualização dos profissionais e amadores das artes e desportos nas mais variadas linguagens; 

- Promover capacitação para lideranças culturais e desportivas;

- Fomentar a instalação de um canal de televisão no município;

- Fomentar projetos que estimulem o cinema de forma regionalizada com instalações práticas ou convencionais a fim de ser alternativa de cultura e de lazer, ao tempo em que incentivemos o acesso às novas plateias;

- Constituir e restaurar os marcos, sítios e pontos históricos, com ênfase para os rios locais, remanescentes de mata atlântica e a Baía de Aratu com seu estuário lagunar. Estas ações serão propiciadoras de atividades náuticas, promovendo turismo, lazer, ocupação, renda e auto estima dos munícipes;

- Identificar e catalogar o patrimônio público objetivando seu registro no Ministério da Cultura – MINC;

- Elaborar programas e projetos que alavanquem as atividades artístico-culturais e desportivas do Município;

- Viabilizar espaços e equipamentos para o esporte radical;

- Promover festivais ou concursos das linguagens culturais, inclusive, os fóruns para debates, entendimentos e convergências de projetos e propostas entre artistas, produtores, empresariado e poder público;

- Incentivar o intercâmbio cultural e desportivo e assim, promover a atualização, novas visões de empreendimentos na área em destaque e divulgação positiva do município em outros cenários e mídias;

- Construir, implantar e manter equipamentos e áreas de lazer para crianças com ênfase para o fortalecimento da ludicidade;

- Construir, implantar e manter equipamentos e áreas de lazer e ginástica de forma regionalizada;

- Implantar a Feira da Identidade Cultural a ser realizada anualmente e incluí-la no Calendário Municipal.

Assim, os participantes da Oficina Temática Identidade Cultural assinam e pedem que todos os presentes ao Fórum do Orçamento Participativo deste Município, sejam também signatários desse Manifesto:

Cínthya Cardoso, Alex Sandro Santana, Farly Santos, Ubirajara Santos de Jesus, Ângela F. dos Santos, Ana Sandra, José Raimundo Félix, Lindivaldo Alves Campos, Jorge Luiz Cerqueira, Marly Brito, Shane Gomes, Andrelena Mendes, Marcos Cruz, Roberto Silva, Solange Carvalho, Sérgio Nunes, Marênia Favel (in memoriam), Kátia de Jesus, Ademario Ribeiro (Moderador e Relator).

Simões Filho, 30 de Julho de 2005.