sexta-feira, 20 de maio de 2011

8º Encontro de Escritores e Artistas Indígenas


Índio(a) sempre escreveu. Nas habitações e derredores -, escreveu. Cartas e textos outros são noticiados como de autorias diversas, usando suas culturas e tecnologias e não apenas a carta do cacique Seattle, em 1855. Os povos indígenas escrevem e inscrevem sua vida, cotidiano, alma -, quando tocam seus tambores, quando se sacralizam nas folhas e cascas de árvores, nas peles de seus corpos, nos olhares viajantes pelo sideral, quando tocam o solo, quando se conectam diante dos fenômenos da natureza e quando dançam e cantam para os animais de pés e alados e quando buscam Maira, Mairahu, Ñanderu Eté, Iprere, Mavutsinim, Karu-Sakaybê, Omamanì, Ñinhò, Ñhendevuruçu, Kananciuê...

Índio(a) está escrevendo hoje nas folhas de papel sob uma outra tecnologia e com esta- , está escrevendo no seu desktop, notebook. Seu ecrã está na aldeia ou nas cidades e sua escrita está voando mundo sem tampouco perder sua identidade índia, seu ethos, pelo contrário, índio sendo em corpo, ancestralidade, poesia e prosa, passado presente futuro será.

Em relação aos escritores e artistas indígenas, veja a jóia que garimpamos no blog da nossa parente, Graça Graúna, escritora, professora e doutora em literatura:


Literatura Indígena e Resistência
8º. Encontro de Escritores e Artistas Indígenas
Tema: Literatura Indígena e Resistência

Local: Centro de Convenções SulAmérica
Data: 14 a 16 de junho de 2011.
Justificativa
Diz-se que a literatura indígena está em franco crescimento o que é possível constatar pelo número de títulos que são publicados a cada ano tendo como autores indígenas de diferentes povos e regiões brasileiras.
Da parte dos autores há uma certeza: a literatura é um instrumento de resistência como o maracá o é da cura, do equilíbrio e do sonho. Ambos instrumentos são necessários para resgatar a memória ancestral e para lembrar que precisamos manter o céu suspenso. Ambos instrumentos são coletivos e servem para proteger o sono daqueles que lutaram para que chegássemos ao hoje e caminhássemos em direção ao último por do sol.
É com este objetivo que propomos a realização deste seminário no contexto do 12º. Salão FNLIJ do Livro Infantil e Juvenil desejando oferecer uma contribuição para melhor compreensão da presença indígena no Brasil e como este novo instrumento = a literatura – tem sido utilizado para ampliar a visão da sociedade brasileira sobre a riqueza da sociodiversidade indígena.
Além disso, queremos trazer uma pequena mostra de como a literatura indígena está sendo objeto de estudos nas universidades convidando alguns pesquisadores para fazer uma comunicação breve de suas pesquisas.

SEMINÁRIO FNLIJ-INBRAPI
Tema: Literatura Indígena e Resistência

Programação do Seminário FNLIJ – 16 de junho de 2011.


Parte da manhã
Ritual e apresentação dos convidados
Mesa de Abertura
Beth Serra (FNLIJ), Daniel Munduruku (Instituto UK’A) Cristino Wapichana (NEArIn), Patrícia Lacerda (Instituto C&A)

Mesa 01 - Contando histórias com a vida
Esta mesa objetiva ser um momento em que cada membro possa testemunhar suas lutas a favor dos povos indígenas brasileiros.
Convidados:
Ailton Krenak, (mediador)
Jacy Makuxi – Povo Makuxi/RR
Marcos Terena – Povo Terena/MS
Estevão Taukane – Povo Kura-Bakairi/MT
Manoel Moura – Povo Tukano/AM

Mesa 02 - Poéticas da resistência.
Esta mesa irá trazer a fala de indígenas que estejam produzindo textos com temas sociais e que reforcem a luta pela identidade étnica de nossos povos.

Convidados.
Ademario Ribeiro – Povo Payayá/BA
Graça Graúna – Povo Potiguara/RN
Eliane Potiguara – Potiguara/RJ
Olívio Jekupé – Guarani/SP
Severiá Xavante – Povo Xavante/MT (Mediação)

Parte da tarde
Sorteio da pontualidade (livros e arte indígenas)

Mesa 03 - O lugar da literatura indígena na academia: questões em aberto.
Esta mesa pretende trazer comunicações de pesquisadores não-indígenas sobre o lugar da literatura indígena no meio acadêmico.
Luis Fernando Nascimento (Universidade de Taubaté/SP) – A [re] construção da identidade indígena pela Literatura: Munduruku e o diálogo com a tradição.
Cassiane Ladeira ( Universidade Federal de Juiz de Fora/MG)- Poética da migração: uma leitura de Metade cara, metade máscara, de Eliane Potiguara
Alcione Pauli (Univille/SC) – Era uma vez... o poder da floresta e a sabedoria das águas num lugar não tão distante...
Ana Maria Almeida (UNIFESO/RJ) – Literatura Afro-brasileira e indígena na escola: A mediação docente na construção do discurso e da subjetividade.
Graça Grauna (Mediação e organização)

Mesa 04 - Sarau de poéticas indígenas com Marcelo Manhuari, Elias Yaguakã, Cristino Wapichana, Carlos Tiago, Ademario Ribeiro, Graça Graúna, Eliane Potiguara... e quem mais desejar interagir.

Coquetel de encerramento do seminário com a presença de Beth Serra, da FNLIJ.
Lançamento coletivo de livros Indígenas e da Coleção Nheengatú – Editora Valer/AM

Fontes: http://www.tecidodevozes.blogspot.com/ Acessado em 19.05.2011

Foto extraída do blog de Eliane Potiguara. Feira do livro indígena em Mato Grosso.

CEM ÍNDIOS RECEBEM DIPLOMA DE PROFESSOR – 20.05.2011



Novos ciclos tomam curso no Brasil. Lutas por direitos, lutas pela ampliação da auto estima, lutas pela afirmação étnica ou de gênero, lutas e lutas. Brasil, cenário de histórias e histórias. Os povos indígenas têm como as demais etnias - o direito sagrado e "legal" de viver e usufruir dos direitos que a outras têm sido garantidos. O Brasil é também indígena ou aborígene, autóctone, etc. Na verdade, Pindorama ou Abya Yala desde os primórdios eram apenasmente de seus habitantes milenares.

Estas terras foram invadidas, usurpadas, litigiadas, devastadas e - precisamos retomar os ciclos -, que os Brasíndios - como preferia chamar, Darcy Ribeiro, possam ter seus direitos garantidos, ora, no limiar do século XXI.

Em uma cerimônia de formatura vão ser entregues os diplomas de magistério intercultural indígena para cem índios baianos na tarde da próxima sexta-feira, 20, no Instituto Anísio Teixeira (IAT). Segundo noticía o JOrnal A Tarde, a Bahia foi o primeiro estado a aprovar a lei que incluiu a carreira de professor indígena no quadro do Magistério Público.

De acordo como este jornal -, atualmente, há 108 professores indígenas com a licenciatura em curso na Universidade Estadual da Bahia (Uneb) e mais 80 no Instituto Federal da Bahia (Ifba). No Estado, existem 60 escolas indígenas, distribuídas em 12 povos e 22 municípios, grande parte na região sul. A rede atende a 7.730 alunos.

Fonte: http://www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf