Fronteira Indígena

UNS ÍNDIOS Uns índios pera aí, Outros pequeninos nordestinos, Outros tantos com destinos-norte na Calha da Morte Pelas beiras, beradêros, caatingas, Ribeiras, brenhas, babaçuais, Manhas, manhãs e margens... Uns grandes como os xinguanos, Outros xingando e de bordunas no ar! Outros tantos como Eliane Potigura e Graça Graúna, Mais outros como Daniel Munduruku e Marcos Terena... Uns como Babau Tupinambá e Juvenal Payayá, Outros como Raoni e Sapain, Tantos outros como Tuira Kayapó e Maninha Xukuru Todos e todas índios e índias Diante das lentes, códigos Lupas, gráficos e DNAs manobrando, Girando, prospectando e decidindo O que somos - o que querem Que sejamos... Uns e outros tantos índios e índias vão descendo – subindo - margeando Rios, pontes, viadutos, estrelas Ciências, velocidades, aquisições cognoscentes Violências, tecnologias, redes Estupros, inundações, vilanias Transposições, viadutos, teses... Todos e todas transmutando os Peris e Iracemas Em todas as dimensões: Sólido, gás, líquido, átomos, palavras, Alma, cor, gesto, cheiro Sombra, luz... (e serem e são: magníficos!) Da ação, sim, da permanência, sim, Do não estar oculto, sim, Mas nas trincheiras, nas arapukas, Nos rituais... eles e elas Proscritos "Wirás", obstinados "Wirás" Pelas beiras, beradêros, bugreiros, Caribocas, caboclos, Manhas, manhãs e margens... Eles estão e estarão por aí E por aqui! Abá am iõ te! “Índio vai continuar de pé!” (Ademario Ribeiro) ÍNDIO TEM QUE... Índio tem que botar o pé na massa na estrada na universidade na ancestralidade no tribunal nas cotas! Chega de pés em suas costas ou de lhe virarem às costas ou de lhe negarem as cotas Índio tem que botar p’ra correr os que lhe roubam - a mulher - o filho - as plantas - as aves - os bichos - a terra - a língua - o sagrado - o profano - o sangue... Índio tem que se representar não só se apresentar como artistas natos suas plumagens e pinturas e artesanatos... índio tem que sair da mata fazer acontecer porque senão não vai acontecer... Só vai acontecer se índio botar o pé meter a borduna botar o saber p’ra circular contextualizar retomar os rituais a antropofagia e meter a cara a boca dar a louca... “Eles” meteram o pé meteram a cruz meteram as doenças meteram o canhão meteram o machado meteram o trator meteram as multinacionais meteram a transposição e são cheios de nhen-nhen-nhen!!! Não somos a favor da revanche nem à favor do desmanche mas sabemos que o que era tudo teu agora é de “todos” que aqui estão e têm alguns que já meteram a mão no rio, no mar, na terra, na lei, na bíblia, nos planaltos e estão fazendo de tudo para que “tudo” seja só deles e há outros que deveriam ser aliados como no passado de Pindorama mas estão confusos pensando que “a farinha é pouca...” que é “tempo de murici...” Mas eu digo que ainda é tempo de mojar cecê! “unir o que foi cortado!”. Nda s-ar-i abati ranhé! “a espiga ainda não tem milho!” Mas estamos no potyrõ: nos adjutórios, mutirões e é possível (ainda) um pedaço p’ra tua gente p’ra teu guri, curumim, mitã, kunhãtaí, kybyra, anama, anakã ou ramuia! Se um dia todos acordarem deste sono que a serpente atiçou ou da ganância voraz que a serpente envenenou entenderemos que não precisamos partir, apartar - e aí, virá o reino da yby mara-e’yma: “a terra sem males” de todos os povos! Índio tem que meter Então que meta a sua meta meta apito meta borduna meta o que puder afinal, “eles” nunca tiveram pena de você. Você até vestia e ainda veste pena e pode despenar “eles” e fazer um dabacuri em pleno século XXI ou você incorporou a pena cristã?!?!?! A terra sem males está para todos, enfim, p’ra você, p’ra “eles” e “elas”, para juntos construirmos os sonhos sonhados de todos os povos do mundo inteiro! este mundo é possível! Não espere não desespere é só você continuar neste movimento de pé ante pé por aí, por aqui, por lá em todo lugar afirmando quem você é o que você quer porque você sabe quem você é e sabe aonde quer chegar! Índio tem que! Abá am-iõ-te! “Indio vai continuar de pé!” (Ademario Ribeiro) value="http://www.youtube.com/v/_MVK87MnlVc&hl=pt_BR&fs=1&">






Um dos recortes e ou dimensões que demarca e marca impressões no humano é o que denominamos: FRONTEIRAS. Quanto não escreveríamos sobre elas? Venho lidando - mal ou bem - ou mais ou menos com a Questão Indígena ou Povos Indígenas e ou Cultura(s) Indígena(s) ao longo do meado dos anos 70 quando com Jurema Penna participei como ator de um espetáculo que tinha personagens e cenários amazônicos. Aí entrou mais conscientemente o "índio" na minha vida. E foi mais uma vez com o artista. Há artistas e artistas. Porém, na minha tenra infância no alto dos morros, com minha mãe - perdidos nos vales da sertaneza eu "via" seres entre silhuetas das árvores e que os que me rodeavam não sabiam ver o o que eu via. Quem eram? Nossos ancestrais indígenas? seriam então, os Payayá, senhores e donos milenares da grande região da chapada Diamantina?...


Passa muita história nesta ponte de rio. Muitos dedos de prosa. Muita dor, renúncia, xingamentos e muita gente dizendo que sou e não sou índio e sendo - sou índio aculturado. Preocupo-me com algumas "incorporações" nas culturas de algumas tribos e em alguns dos seus indivíduos que se utilizam de aspectos de tribos que não são as suas - pelo contrário, são de tribos norte americanas. Alguns dizem ou até fazzem apologia a estas incoporações em afrmanod que devem ser assim a história e a cultura são dinâmicas. Às vezes alguém me pede que eu não fale sobreos índios porque primo por "respeitar" as culturas mais no "original", etc. Porém há - para minha honra e prazer convites que me chegam chamando-me de parente para dentro de sua maloca, panhãi, oca, sethe e ou solicitações de colaborações de alguams informações que eu tenha sobre suas línguas, em particular para as línguas do tronco linguístico Tupi...

Na cidade - já há uns quarenta anos sou índio, deixei de ser índio? ou índio aculturado ou urbano - ou índio na cidade - apesar de meu nariz emio europeu. Será que é "europeu" o meu nariz? Quanto de negro eu tenho na veia e serei negríndio ou indioafrodescendente?..

Projeto Índios na Cidade - Índios Urbanos

Este projeto tocado pelo Marcos Aguiar está fazendo 12 anos. Marcos é uma figura já bastante conhecida nestas rodas das culturas e identidades indígenas e é um projeto muito localizado em Sampa porém já começa a circular por algumas cidades brasileiras como foi o caso de Valença na Bahia. Este projeto cumpre uma missão ímpar, faz a diferença e mitiga uma lacuna em relação aos indígenas nos garndes centros urbanos. Breve volto a este aspecto para abraçar mais este tuxáua que é o Marcos. Fica aqui um breve relato desta ONG Opção Brasil!

Mas, retomo o assunto iniciado afirmando que sou um misto de todo o exposto mas, digo é melhor viver e lutar por um mundo sem desigualdades e respeitar unidades, individualidades, pluraliade!

Graça Graúna (GG), genialmente simples me sugeriu mexer aqui no blog com algo tipo FRONTEIRA INDÍGENA. Venho reluantando a anos sobre o que é ser INDÍGENA - INDIGENISTA E INDIGENISMO. Claro, tudo isto a fim de respeitar a nomeação - algo mui sagrado entre as tribos e também o meu respeito aos "índios". Relutei por timidez diante da responsabilidade. Voltei atrás e, ora, assumo de que vai ser mesmo o que a querida GG sugeriu: FRONTEIRA INDÍGENA, sim!

Ora em diante vou pensamentando aqui como vocês algumas porandubas a respeito dos Povos Indígenas, e sobre a nossa militância e estudo-pesquisa em prol das etnias indígenas e suas Causas, causa de tod@s nós, nestas FRONTEIRAS.

Fronteiras... Esta perspectiva é heurística...

Até a próxima PensamentAção.

Obs.: Na 1ª foto acima estão: O povo do Quilombo Castainho (PE), índios Fulniô, Payayá e amig@s do Quilombo e dos Índios. Na 2ª foto estão AR, Juvenal e Edilene Payayá e um índio Pataxó, amigo dos Payayá. Na 3ª foto: Graça Graúna, Pajé e Cacique Sebastião Fulniô e AR.

Nota geral: Grafamos as palavras de línguas indígenas e as denominações das tribos, povos e ou nações, por exemplo: Os Tapuia, os Tupi, os Tupinaé, os Tupinambá entre outras, por recomendação da Convenção de 1953 da Associação Brasileira de Antropologia – ABA, que estabeleceu que as palavras das línguas indígenas são invariáveis (não têm flexão de gênero e número).



A LEI 11.645/08 -Está em vigor...



Quem é ela, ao que se destina e como podemos aplicá-la nas Escolas? Como têm sido as ações acerc desta Lei Federal? O que tenho feito? Breve, aqui, postaremos algumas intervenções e contribuições do que já vínhamos realizando anos antes dela chegar - mas, já que chegou, que chegue pra valer!