Povo Payayá recebe apoio de indígenas e não indígenas na defesa de seu território sagrado.
O Movimento em Defesa do Território Indígena Payayá realizará nos dias 11 e 12 de março o cercamento do território, de 49 hectares, atendido pela Funai e concedido pelo Governo da Bahia, em 2018, situado junto à nascente do Rio Utinga, no município de mesmo nome, ao norte da Chapada Diamantina.
Mais do que cercar um território, o movimento que nasceu em uma rede social como um convite ao trabalho voluntário ultrapassou a expectativa inicial da ação, em virtude da adesão de dezenas de pessoas da Bahia e de outros estados, tornando-se um movimento legítimo de luta em defesa dos povos indígenas no Brasil.
O cacique Juvenal Payayá, que fez o convite, reconhece que as pessoas estão colaborando financeiramente com a ação porque há na sociedade uma compreensão maior do que representa a causa indígena – geralmente associada à defesa de territórios de povos que são guardiões das florestas, e estas são indispensáveis à preservação da vida no planeta.
“A causa indígena está tocando os corações das pessoas. Ninguém está fazendo nada por interesse, não são políticos com verbas públicas, são pessoas que estão contribuindo com o que podem dispor. Ou seja, o sujeito está colaborando para que os povos indígenas continuem existindo e para preservar seus territórios”, declarou o cacique.
Entre os convidados, estão pessoas de diferentes idades e categorias, cujo traço em comum é a disposição de colaborar para cercar a área indígena, o que significa entrar na caatinga com facão e outras ferramentas apropriadas para roçar, cortar galhos, cavar buracos e levantar a cerca, um trabalho pesado.
Enquanto alguns estiverem nessa tarefa, outros voluntários estarão trabalhando na recomposição do viveiro, plantando mudas de árvores nativas para reflorestamento. E outros já se escalaram para trabalhar na cozinha, preparando as refeições coletivas ao modo da casa, ou seja, elaborando pratos da culinária indígena usando produtos da agroecologia, que ainda é a principal fonte de renda dos Payayá.
A comunidade, que já teve a presença de mais de trinta famílias, hoje conta com doze, devido às dificuldades trazidas pela pandemia. O cacique Juvenal acredita, porém, que o cercamento vai consolidar o território dos Payayá como uma comunidade autônoma e sustentável, reunindo novamente os indígenas em torno de sua cultura e tradição.
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¹ Este release foi postado no Grupo de Whatsapp destinado a este mutirão e enviado pelo parceiro Eduardo Zanatta em 09.03.2023, o qual pede a sua divulgação.
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