sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Viva a Serenata!!!

HISTÓRIA DA SERENATA
A história conta que, no período de 1860 a 1880, com o desenvolvimento de Conservatória, devido às grandes lavouras de café e ao escoamento das produções de Minas Gerais, a influência da côrte trouxe para a nossa Vila alguns professores de música, principalmente de piano e violino, instrumentos que a alta sociedade desfrutava àquela época. Daí, sabe-se que professores de música: Venâncio da Rocha Lima Soares, Carlos Janin, Geth Jansen e Andréas Schimdt ficaram famosos, principalmente este último, que era virtuoso no violino. Os artistas da côrte vinham periodicamente a Conservatória fazer saraus, quando alegravam as famílias dos nobres que habitavam estas paragens. Esses artistas, em noites enluaradas se reuniam na Praça da Matriz, ao lado do chafariz, do poste de luz a querosene e dos bancos da praça e faziam uma verdadeira serenata aos fazendeiros, barões e suas famílias e o povo se postava à distância assistindo e aplaudindo.

De 1880 a 1890, havia os tropeiros que traziam as cargas de café de Minas Gerais e que cantavam suas modinhas acompanhados de violas e violões. Segundo o saudoso Paulo Tapajós - que foi um grande compositor, cantor e seresteiro - os membros da alta sociedade criaram a Moda, que era um mito de música clássica, do fado português e da música crioula. Assim, o povo de classe mais pobre criou a Modinha, que ficou sendo a música do povão, já estilizada como música brasileira.

No período de 1890 a 1900, a música popular brasileira era cantada e divulgada em todo o país, sendo algumas, até mesmo, de autores desconhecidos e que se tornaram de domínio público, como é o caso de Casinha Pequenina, destaque nas serenatas de Conservatória.

De 1900 a 1910 - início do Novo Século - começaram as primeiras serenatas de rua em Conservatória, principalmente em frente ao casarão (atualmente casa cedida para a instalação da Casa de Cultura), que foi propriedade de João Ribeiro de Carvalho, rico proprietário nesta localidade.

De 1910 a 1920, os seresteiros foram aparecendo e as serenatas repercutiam entre o povo conservatoriense. As serenatas se incorporaram aos costumes do lugar. Novos seresteiros desfilavam pelas ruas até alta madrugada cantando canções sentimentais em frente às janelas das casas coloniais em homenagem as pessoas queridas ou namoradas.

De 1920 a 1930 a serenata se tornou popular. Já havia os seresteiros tradicionais: Cândido Barra, Florêncio, José Miguel (Indiça) e outros. Naquela época houve uma fato pitoresco que ficou na história das serenatas de Conservatória. O fazendeiro Antônio Castelo Branco colocou um piano num pequeno caminhão e fez serenata para senhorita Lindóca, em frente a sua casa à rua Direita, atual rua Luiz de Almeida Pinto. Esta serenata, ao som do piano, acordou toda a rua e foi comentada por muito tempo.
Em 1938 aconteceu a chegada de dois jovens estudantes do Colégio Pedro II no Rio de Janeiro, José Borges de Freitas Netto e Joubert Cortines de Freitas começaram a frequentar Conservatória em suas férias. Chegaram de calças curtas, cheios de ilusões e energia. Começaram a viver e sentir tudo que aqui existia e, sem planejar coisa alguma, conseguiram, de maneira espontânea e simples, eternizar as canções cantadas nas serenatas e cultivar o amor. Hoje, Conservatória é o que é graças a eles e aos seresteiros que compreendem e levam para as ruas esse amor que não tem limites.
É uma constante a harmonia e o lirismo que acontecem nas vielas sonoras de Conservatória.

Quando aqui chegaram, José Borges e Joubert já encontraram alguns seresteiros, como: Merito, Zezinho Barra, José Correa, Luiz Gonzaga Magalhães, Antônio Seabra, Florência, Lenzi (flautista), José Mateus, irineu de Carvalho, Heitor Simões, José Barra Sobrinho, Braz Luiz e os meninos Helvecio, Toninho Mautoni e Alberto Palheta que, com suas vozes e instrumentos, já vinham mantendo a tradição da serenata.

As valsas e canções do "Índio", como era chamado Cândido das Neves, um dos maiores compositores da música romântica brasileira, já eram cantadas pelas ruas, onde as noites eram mais bonitas, pois a iluminação elétrica insuficiente as tornava mais claras com a luz do luar.

A partir daí, com muita dedicação e perseverança, começou a tragetória dos irmãos José Borges de Freitas Netto e Joubert Cortines de Freitas.
Foi na década de 50, com a partida do notável seresteiro Emérito Silva ("Merito"), que Joubert e José Borges assumiram, gradualmente, a liderança da serenata. José Borges formou-se advogado e Joubert em professor de matemática. Trabalharam nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Nessa época as serenatas aconteciam apenas no período das férias escolares e nos feriados prolongados, porém, diariamente.

Foi por volta da década de 60, na residência de José Borges, na rua Oswaldo Fonseca, que os amantes da boa música começaram a se reunir antes das serenatas e isso formou um hábito e as lembranças e fotos antigas começaram a ser colocadas em suas paredes, tornando-se o ponto de encontro dos seresteiros. O povo começou a chamar esse local de "Museu da Seresta" que surgiu por acaso, não foi planejado, aconteceu. Nessa velha casa de apenas uma porta e duas janelas, bem altas, construção antiga com seus beirais enormes, telhas coloniais, é que se encontra todo um mundo de saudades e de recordações com um completo documentário sobre as serenatas de Conservatória. Velhos discos, fotografias, recortes de jormais, livros, pinturas de vários artistas sobre Conservatória, troféus, mensagens de carinho, formando um acervo riquíssimo sobre músicas de serenatas. E a serenata foi se tornando cada vez mais conhecida. As notícias nos jornais sobre o romantismo existente em Conservatória aumentava sem parar. Novos seresteiros continuaram a despontar.

Na década de 70 surgiu o projeto das plaquinhas de metal colocadas nas esquinas, constando além do nome da música, o nome do compositor. O intúito era imortalizá-lo. Era o início do projeto "em cada esquina uma canção", (frase esta criada para sentir a opinião da população local com relação às plaquinhas), idealizado pelos irmãos Freitas. Os moradores se interessaram e quiseram uma plaquinha com o nome de sua música preferida fixada em suas residências. E cada vez mais, num crescente constante, Conservatória passou a respirar música, amor e poesia, tornando-se a "Vila das ruas Sonoras" e, o projeto inicial "em cada esquina uma canção", transformou-se para "em toda casa uma canção".

O substancial número de turistas todos os finais de semana provocou modificações na serenata, que evoluiu do canto à janela da amada, no silêncio da madrugada, até a emocionante confraternização musical que acontece atualmente, pelas ruas do centro urbano, nas noites de sextas e sábados e, mais recentemente, nas manhãs de domingo.

Fiéis a tradição, os "cantadores" e "violeiros" apresentam-se sem qualquer ajuda de equipamento eletrônico, contando exclusivamente com a participação dos visitantes, seja para acompanhar na cantoria, ou para fazer silêncio, de forma que todos possam ouvir. Ao visitar Conservatória, descobre-se a diferença entre seresta e serenata: a primeira refere-se ao canto em ambiente fechado, a segunda, ao canto sob o sereno, à luz das estrelas e do luar. É a serenata que diferencia Conservatória de qualquer outro lugar do país. No entanto, divulgações equivocadas, referem-se a Conservatória como "Cidade das Serestas" quando o mais correto seria "Cidade das Serestas e Serenatas", ou simplesmente "Capital da Serenata", no dizer do jornalista Gianni Carta, em publicação na Inglaterra.

Fonte:  http://www.seresteiros.com.br/historia.htm

Breve histórico sobre vida e obra do Dr. Dinálio Tolentino Álvares


Dr. Dinálio Tolentino Álvares

Por Ademario Ribeiro



Nasceu no dia 05/05/1926. Aos 14 anos, por problema de saúde de seu pai (câncer no pulmão), assumiu o seu trabalho como Despachante Aduaneiro, pela necessidade de sustentar a família, composta pela Mãe, Esmeraldina e 02 Irmãos, Liodina na época com 08 anos e João com 06 anos.
Aos 17 anos entrou na Universidade Federal de Medicina e, concomitantemente, começou a lecionar Física à noite, num cursinho de pré-vestibular que doravante passou a chamar-se Curso Andes, um dos primeiros de Salvador, juntamente com o Colega e Amigo, Mario Augusto Castro Lima.
Aos 21 anos, um ano antes de formar-se, casou com Elza Magalhães Leite, com quem teve 05 filhos, Maria Dinelza, José Antonio, Virginia Lucia, Ana Lúcia e Fernando Cezar.

Formou-se em 1948 aos 22 anos, com especialidade em Pneumologia. Nessa mesma época, a convite do Dr. Francisco Serra, assumiu a Diretoria Administrativa do Hospital Santa Terezinha, onde permaneceu por longo tempo. Seus atos de solidariedade e abnegação juntavam-se aos de seu colega Dr. Nahum Chaperman em relação ao combate a tuberculose que os faziam acompanhar seus pacientes desde esse Hospital até onde fosse necessário para internamentos, estudos ou investigação.

Inclusive, foi por 17 anos o Diretor da Divisão Central de Tuberculose, entre outros cargos exercidos na Secretária de Saúde do Estado. No círculo acadêmico e mais enfaticamente, no âmbito da Universidade Federal de Medicina ao participar ativamente de congressos, estudos e comissões, dando continuidade aos trabalhos dos precursores no combate a tuberculose na Bahia ou ao lado de seus contemporâneos. Professores e doutores que se notabilizaram em nosso estado que teve a maior taxa de tísicos do Brasil: José Silveira, Martagão Gesteira, Landupho Alves, Adriano Pondé, Álvaro França Rocha, César de Araújo, Edgard Santos, entre outros.

A partir de 1976 até seu desenlace, foi Professor Adjunto da cadeira de Propedêutica, na Escola Baiana de Medicina, período esse interrompido em 1978, quando se mudou para Brasília, assumindo o cargo de Assessor Particular do Ministro da Saúde, seu amigo e colega Mario Augusto Jorge de Castro Lima.

Em 31/05/86, aos 60 anos, foi acometido de um mal súbito, vindo a falecer, deixando a Esposa, 05 Filhos e 17 Netos.



Referências
MACHADO, Almério de Souza. A História da Pneumologia na Bahia: Tributo ao Professor César Augusto de Araújo. Gazeta Médica da Bahia, v. 77, n.2, p. 195-209, jul-dez.2007.
NETO, Dinálio Tolentino Álvares. (E-mail), 21 ago. 2014, Salvador (para) Ademario Ribeiro, Simões Filho (BA). 1p. Solicita informação sobre Dr. Dinálio Tolentino Álvares.
http://www.youtube.com/watch?v=i9506fWHacg

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Desfile de 7 de setembro em Simões Filho



A cada ano a participação das escolas municipais e estaduais do município de Simões Filho nos Desfiles de 7 de setembro em comemoração ao fato histórico da Independência do Brasil vai se aprimorando. Fruto das experiências e da sequência de diálogos entre a Secretaria Municipal de Educação (SEMED), a organizadora do evento com as secretarias – como a de Cultura, Saúde, Serviços Públicos e, entre outras, afinal, a cada ano, mais secretarias e entidades agregam. Das instituições presentes, as protagonistas são as Unidades Escolares das redes municipal e estadual que veem às ruas com a graça, brilho, habilidade, criatividade de seus alunos, professores, diretores e auxiliares.

Neste dia 7 de setembro, quem passou pela Avenida Altamirando de Araújo Ramos, Praça Noêmia Meirelles Ramos, Rua Rui Barbosa e Praça da Bíblia –, assistiram um dos mais lindos, comoventes e organizados desfiles desta efeméride que teve este ano como tema: “7 de Setembro – Educação e Saúde construindo relações de parceria e solidariedade: família x Escola X Comunidade”.

Do palanque oficial, o prefeito de Simões Filho, Dr. Eduardo Alencar, prestigiou o desfile, acompanhado por secretários municipais, vereadores e representantes de instituições militares, civis, culturais, sociais e religiosas.

Desfiles formais e informais, criativos e críticos refletiram os temas e finalidades que estão incorporados na filosofia e crença de suas respectivas instituições, a exemplo da Polícia Militar, Guarda Municipal, Marcha das Vadias, Ciclistas, Manifestações socioculturais, Grupo Gay de Simões Filho (GGSF), Fanfarras como a FANAUSF, Simõesfilhense, FAMUPI, Associação de Deficientes Físicos de Simões Filho (ADESF), Grupos de Matriz Afro-brasileira, entre outras, sob o fascínio das escolas municipais e estaduais.

Destaco o desfile emblemático do GGSF que apresentou uma homenagem ao Assistente Social, Nino Penteado, que foi coordenador do Programa DST/AIDS, fundador e presidente do Grupo Gay de Simões Filho (GGSF), cabelereiro e barbeiro de destaque em Simões Filho e Babalorixá do Terreiro Ilê Axé Odé Akoerã, falecido em 30 de julho deste ano.

Outro destaque para a ADESF aguerrida, presente e inclusiva. Ela trouxe às ruas seus(uas) associados(as) mais especiais e para quem foi fundada esta organização civil: os(as) portadores(as) de deficiências. Eram crianças, jovens, adultos e anciões que dançavam, cantavam, tocavam, sacodiam cartazes – que apresentaram sua força, beleza, singularidades e suas urgências! Como eles e elas eu afirmo minha mais forte emoção e reflexão humana, política e cívica!


O 7 de setembro deve continuar a se superar a cada ano. Cada vez mais inclusivo para que a emancipação dos cidadãos a cada ano realize com mais êxito a concretização da justiça social e qualidade de vida para todos e todas.

Fonte: www.paginasimoesfilho.com.br  Acesso em 09.09.2014

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

O Povo Tuxá que espera há 25 anos justiça da CHESF

Olá companheiros e amantes da causa indígena!
Venho manifestar e socializar as lutas do meu Povo Tuxá da Aldeia Mãe.
Somos um Povo que luta pelo garantida direito de poder ter de volta a sagrada Mãe Terra... Após vários anos de espera angustiante, sendo alimentados por falsas promessas pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco - CHESF que acordou com nosso Povo a entrega de nossas terras para desenvolver a nossas práticas agrícolas em seis meses após o enchimento do lago de Itaparica em 1987. Esses meses se transformaram em mais de 25 anos.
Muitos parceiros contribuíram e seguem nos ajudando a solucionar o nosso problema como: APOINME, ANAI, CIMI, MPF/6ta Câmera e os nossos irmãos indígenas de nosso Estado da Bahia e do Brasil a fora... Por essa razão venho compartilhar que a nossa Nação Tuxá através de seu "Novo Levante pela Mãe Terra" tem travado desde 2009 várias batalhas, prioritariamente pela busca de nossa terra.
Destacamos os levantes efetuados durante o ano de 2009, 2013 quando a comunidade efetuou várias manifestações em nosso estado e em Brasília na busca de rever o Aditivo ao Termo de Ajustamento de Conduta Tuxá/CHESF firmado em 2006, que transferiu de forma errônea para FUNAI a responsabilidade pela aquisição da terra dos Tuxá da Aldeia Mãe.
Nossa comunidade foi pega de surpresa com as letras miúdas e pela falta do devido esclarecimento sobre o TAC, a nossa instituição- FUNAI que deveria zelar, defender e respeitar os nossos direitos assinou TAC, sem sequer assegurar a presença de nossas lideranças no ato de homologação do referido instrumento juridico, com isso omitiu as informações, recebendo quase cinco milhões para adquirir nossas terras. Esse valor se mostrou insuficiente e hoje por força do novo decreto presidencial está sendo conduzido os trabalhos pela FUNAI para aquisição de uma terra denominada Volta do Penedo, a luta continua pois a CHESF se recusa a efetuar o acréscimo financeiro para concluir a compra, criando um impasse nas instituições do governo.
Essas terras a serem adquiridas é insuficientes para assegurar a sobrevivencia física, cultural, religiosa e espiritual de nosso Povo, uma vez que, apenas um pouco mais das 200 famílias serão beneficiadas de um total de 365 que são pertencentes a nossa aldeia Mãe, com isso o Povo resolve batalhar pela reconquista de nosso Território Tradicional "Surubabel". O processo foi iniciado no ano de 2003 quando os Tuxá requereram o repatriamento dos achados arqueológicos retirados do nosso solo sagrado Surubabel, para tanto o povo pediu ajuda a Universidade Estadual da Bahia - UNEB, solicitando o apoio necessário para tornar isso possível. Essa ação gerou um processo que está em faze final de conclusão.
Alimentados pelo encontro ocorrido com a participação de todos os Povos Indígenas da Bahia realizado na Aldeia Mãe do Povo Tuxá no ano de 2008, os Tuxá resolvem reaver o Surubabel e no ano de 2010 efetuam sua primeira retomada, conquistando o direito de serem contemplado com a área a ser objeto de estudo pela FUNAI, que sinalizou efetuar o estudo de nossa terra sagrada.
Esse GT não saiu do papel, por essa razão tramita na justiça uma ação civil pública para assegurar a constituição do GT tendo o objetivo de se efetuar o estudo do Território Tradicional do Povo Tuxá a partir da terra sagrada Surubabel.
Dada a morosidade judicial somado a mais uma vez ao descaso do Órgão Indigenista Oficial - FUNAI, o Povo Tuxá decide reocupar o nosso território e pede apoio aos parceiro, aliados e companheiro de luta para tornar isso possível.
Antes-de-ontem nossa comunidade se mobilizou mais uma vez e por coincidência nossos parentes Geripanko/AL apareceu para nos ajudar, agora para construir a nossa casa de oração já que a FUNAI-DF não cumpriu com acordo firmado em 2013 de construir uma casa de oração com um modelo arquitetónico desenvolvido com a participação de nossos indígenas, por essa razão o povo está construindo uma provisória até que a FUNAI cumpra com o seu papel.
Vale ressaltar que nossa Nação sempre teve como ensinamento de nosso antigos; "em cima do medo, coragem", com isso estamos firmes nesse "novo levante" pela existência de um Povo que ajudou muitas tribos a se reergurem emquanto Povos Indígenas e que agora precisa do apoio de todos.
Digam ao Povo que avancem e nós avançaremos com a graça de nosso pai celestial e de nossas forças poderosas.

Índios da Tribo Tuxá, Nação Proká do Pragaga de Arco Flecha e Maracá "Malacutiga Tuá"
Saudações Indígenas!
Hawaty Arfer Tuxá.
Maria Apako Tuxá

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DescurtirFonte: https://www.facebook.com/sandrohawatytuxa.tuxa/posts/10153195401584546

Igualdade Racial: posição e pergunta de Marcos Terena

No início da chamada Nova República, quando Tancredo Neves morreu e assumiu a Presidência do Brasil, José Sarney em 1985, e como fundador do Ministério da Cultura e Assessor Especial fomos atrás de novas alianças para valorizar a cultura brasileira nativa, começando por Índios e Negros. Foi ali que percebemos o quanto é grande e vivo o preconceito racial contra nós... Nós indígenas tínhamos nossa União das Nações Indígenas e os Negros, o chamado MNU - Movimento Negro Unificado...
Ao longo do tempo conseguimos avançar no tema racial e quem saiu na frente foram os "irmãos da pele cor da noite"... 

Nós indígenas ficamos como símbolo de bem viver, sustentabilidade e harmonia com a Mãe Terra.

Hoje os negros têm a Fundação Palmares e a Secretaria Especial de Promoção de Políticas da Igualdade Racial.

Nós Indígenas não conseguimos nem impor um Índio na Presidência da Funai e nem produzir uma Política Indigenista Moderna e atual.

Não lamentamos esse desnível racial, afinal ainda somos donos de quase 15% do território nacional...

Quem sabe no novo governo a partir de Janeiro, a gente também tenha indígenas dirigentes na Palmares e na SEPPIR, mas principalmente na Presidência da FUNAI. 

Temos que parar de termos porta-vozes entre o poder público e os Índios.

Por falar nisso como andam as propostas da política indigenista oficial do Aécio, da Marina e da Dilma??

A Bené foi aliada essencial na construção dos direitos indígenas na Constituinte.... não tínhamos índios Deputados e nem temos até agora!


Fonte: M. Marcos Terena