sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Curso História da Bahia. História & Histórias: velha e nova ótica/lógica

Diário de um Aprendiz – Anotações II


“Acreditar na existência dourada do sol
mesmo que em plena boca
nos bata o açoite;
Arrebentar a corrente que envolve o amanhã...”

(O Cavaleiro e os Moinhos de João Bosco e Aldir Blanc).


À guisa do maior interesse


Alguns dos conteúdos ministrados pela Profª Drª Antonietta D’Aguiar Nunes, no Curso História da Bahia e por causa dos quais quis estar presente para aprender mais e informar mais ainda sobre eles. Vejamos os que destaco abaixo.

Gostei das referências sobre a Pré História Brasileira e baiana. Boas revelações, inclusive sobre o ponto de vista do Prof. Carlos Etchevarne!

Indígenas que aqui viviam: Diminutas referências. Quem eram? Onde estavam. De que grupo/tronco linguístico? Há remanescentes? Como estão as atuais no Estado da Bahia? Que dificuldade ainda encontram os que restaram? Quantos são e aonde estão localizados?

O Descobrimento do Brasil na Bahia. Ah, como gostaríamos fosse sob uma nova ótica, nova leitura e não apenas na lógica do invasor/colonizador ou ainda sob o prisma eurocentrista ou dos preconceitos históricos. Cada dia vemos mais ruas, prédios e monumentos dedicados à memória daquels "homens bons". (?!).

Aldeamentos indígenas. Ah, como pode ser revelador trazer esse tema, capaz de jogar luz sobre várias discrepâncias e facilitar o conhecimento do que vemos hoje entre as populações indígenas. Há remanescentes? Como estão as atuais no Estado da Bahia? Que dificuldade ainda encontram os que restaram? Quantos são e aonde estão localizados? Eles são os Tupinambá de Okivença ou da Serra do Padeiro? São as pessoas que se afrmam Payayá em vários pontos da Chapada Diamantina? São quem e o que resultaram de malefício os aldeamentos? Como isso deu? Que resistência? Os indígenas ficaram passivos diante de todas essa práticas eurocêntricas e crueis?! Não houve rebeliões, levantes, guerras, etc.?!


Primeiros engenhos sob o ponto de vista do passivo socioambiental. A expansão pecuária: casas da Torre e da Ponte. E que vemos como a expansão do extermínio dos povos indígenas. O medo instalado pelos donos e seus capangas, jagunços e afins até hoje perdura pelos sertões. O colonialismo ainda perdura depois de seus primeiros governadores gerais e caramurus...

A revolução dos alfaiates ou dos búzios: quanta história, heróis ali e pouco sabemos e que haveremos de pesquisar, escrever e avançar. Darcy Ribeiro já nos convacava a passar o Brasil a limpo. Isto anda é urgente-urgentíssimo.

Rebeliões escravas: idem acima.

Luta pela independência na Bahia. Quantas lutas até à sua consolidação. Quantos fatos cotidianos e inusitados podem trazer-nos lampejos a compreendermos a existência de personagens simples pertencentes às camadas populares, afinal, essas e outras lutas naõ tiveram só a participação dos invasores ou brasileiros "brancos"!...

Revolução dos Malês: outra história ainda em muito nos Subterrâneos e
aponta para uma outra lógica de recorte étnico.

Episódio de Canudos. Sua relevância sociohistórica pode render muito ainda.
A atuação de Anísio Teixeira: a maior autoridade da educação no Brasil e das
mais significativas para o mundo. Exemplo e vanguarda.

Centro industrial de Aratu e Pólo Petroquímico de Camaçari: o que eles
foram mesmo de desenvolvimento. Para quem? Seus impactos no meio
ambiente/mananciais de águas, extermínio de exemplares da mata atlântica e o
passivo socioambiental como um todo?

As páginas da "velha História" servem-nos. As novas leituras, escritas e reescritas precisam sair dos subterrênos e da subalternidade e serem encorajadas a se apresentar. O medo, a mordaça, o preconceito, a vilania e seus afins fizeram surgir pessoas fracas. Não temos saudades daqueles tempos - temos sim, uma enorme saudade do que virá em direitos e construção de um mundo melhor!

2 comentários:

  1. Ademário, quando ví nestas páginas a divulgação do curso que já estava em andamento fiquei todo agoniado, pensando em aportar em Salvador para assistir a última tarde de aulas, planejei, forcei aqui e ali, mas não daria certo, primeiro o compromisso de picar o cartão rotineiramente lá no canteiro de obras, outro compromisso, uma prova na faculdade a noite. Mas fico feliz em ver que suas inquietações foram melhoradas diante de tantas informações diferenciadas, talvez mais do mesmo, talvez novidades. O verdadeiro progresso esta no genio e nas mãos dos inquietos. Agora é digerir melhor o todo em partes, fazer as inquietações tornarem-se fatos. A messe é grande...

    ResponderExcluir
  2. Kybyra/malungo AA, salve!

    É uma alegria reencontrá-lo por aqui. Minhas inquietações não melhoraram!!! Pelo contrário. Com todo respeito ao que está escrito ao longo dos 5 séculos -, contudo estou (estamos) desejando nesse país ainda tão excludente, neo-colonialista, desigual -, é que as histórias que ficaram relegadas ou nos subterrâneos virem páginas, cds, dvds, poesia, cinema, teatro, monografias, dissertações, teses, afirmações, cotas!!!

    S'imbora que a messe é grande e pouco(a)s são @s seareiro(a)s!

    Gratidão, irmão!!!

    ResponderExcluir