Hoje e amanhã, 11 e 12 de março de 2023, na localidade de Cabeceira do Rio, município de Utinga, Chapada Diamantina, Bahia, Brasil, os Payayá ali residentes, outros parentes vindos de outros municípios e até estados - estarão em regime de mutirão levantando a cerca de seu território sob o comando do Cacique Juvenal Teodoro Payayá.
- POR QUE CERCAR? - Esta pergunta alguns até fizeram e ainda poderão fazer. A resposta é simples. Basta fazermos uma análise do quanto de invasões têm se perpetuado em Pindorama roubada para o Brasil legitimado - exterminando seus donos e donas imemoriais, expulsões dos que resistiram, estupros e outras violências e crimes que a História e a Antropologia têm apontado. Logo, a sanha das neocaravelas e dos tataranetos da velha colônia ainda nos perturbam dia e noite e contam com toda a sorte de vândalos que são seus asseclas apara continuarem seus crimes em pleno século XXI - mesmo com tantas leis, tratados nacionais e internacionais.
Como sabemos - os Payayá - foram no passado os principais guardiões dos sertões do que passaram a chamar mais tarde de estado da Bahia. Esse povo liderou dezenas de ações junto a outros povos indígenas aliados contra a invasão dos bandeirantes - bandoleiros históricos - que vinham abrir estradas, matar, roubar, legitimar e entregar esses territórios dos povos originários aos barões, viscondes, condes e afins vindos das bandas de lá do Atlântico.
Os Payayá foram impiedosamente caçados para extermínio e no mínimo aldeados, catequisados, admoestados, subjugados e outras práticas hediondas dos "civilizados europeus". Eram os Payayá entre outros povos combativos - chamados de "Muralhas do Sertão".
Retomando o início desta notícia, nestas datas, em mutirão a cerca estará sendo erguida. Que outros povos originários possam seguir esse exemplo. Os invasores são incorrigíveis e sem vergonha alguma, escrúpulo algum.
De Muralhas do Sertão ao Mutirão pela Cerca, viva os Payayá!!!
Nossa, gostei muito dessas informações. É um texto que sem dúvidas irei compartilhar com meus colegas. E quanto ao evento dias 11 e 12, é uma ação justa e necessária.
ResponderExcluirOlá, Cristina! Em breve, pretendo postar aqui algumas referências de publicações que contribuam nos estudos e pesquisas circunscritas aos Payayá.
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