segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Simões Filho, 50 anos....

PANORÂMICAS


Simões Filho, 50 anos... muita história esquecida antes da invasão do território continental dos Filhos da Terra, senhores do que ainda não era Brasil. Depois, território invadido antes do tão marcado ano de 1500 nas “histórias do Brasil - (histórias escritas sempre a partir do ponto de vista dos invasores, tidos por muitos como os "vencedores") -, chegam os colonizadores portugueses e com esses -, o tráfico negreiro nos navios tumbeiros que trouxeram para o trabalho escravo -, levas de homens e mulheres de Mama África. Depois a invasão desse território pelos piratas com saques entre outros estrangeiros e tudo o que era encontrado pela frente. Guerras entre portugueses e holandeses que penetraram a Baía de Todos os Santos, Baía de Aratu e avançaram sobre Aratu, Matoim e cercanias do Rio Joanes...

Outra panorâmica: essa região foi palco das marchas e contramarchas preparatórias para os soldados libertários nas lutas pela Independência da Bahia e por conseguinte, do Brasil. Por aqui passaram os primeiros trens da Bahia à Monte Azul em Minas Gerais, na segunda metade do século XVIII, que bordejaram sua rica mata atlântica, manguezais e tantos rios...

A EMANCIPAÇÃO DO DISTRITO

As reuniões – sem plebiscito – para a emancipação do distrito de Água Comprida das mãos pesadas do governo da Bahia e da capital do Estado, Salvador. A implantação do Centro industrial de Aratu – CIA e as levas de migrantes do país que foram atraídos com o sonho do trabalho industrial, saúde, educação e moradia...

Simões Filho recém emancipado incha. Hoje somos resultado do que foi e não é. Do que poderia ter sido mas, para poucos – só resta poucas “histórias” talvez tornadas por pequenezas ou esvaziadas, abandonadas nos fundos da memória e da cultura onde se alimentam os vãos eventos da “sociedade das festas” que sujam e fedem a cidade e tornam a cidadania maltrapilha, sem perspectivas de se melhorar a civilidade...

O QUE TEMOS APÓS A "EMANCIPAÇÃO"

Quando se quer comemorar uma História, convém se perguntar – O que temos a comemorar? É-nos necessário um olhar retrovisor a fim dar melhor significado no Presente do que esse Passado nos legou. Não é apenas ruflar tambores, fazer poesia, inaugurar obras, etc. É-nos importante preservar os feitos do Passado, contudo associando isso às gentes do Presente em seu Cenário atual...

Comemorar a História só com ações eventuais - não edificam, não ampliam a auto estima dos cidadãos e nem melhoram essa História. Precisa-se comemorar a História com ações concretas...

Efetivamente o que fazemos pela História desde os fatos, personagens simples que enriqueceram a cultura e o cotidiano além dos vultos dela? Que preservação fazemos do seu meio ambiente (Baía de Aratu, Joanes, Ipitanga...) e da infância e juventude? Como estamos lidando com os nossos anciãos e com a acessibilidade dos deficientes?...

Quando se quer comemorar uma História, convém também pensar a cidade e as vidas dos atuais cidadãos e promover, prover o futuro destes e dos que virão. Havemos de no presente trabalhar a educação, a saúde e a cultura Np sentido das grandezas e potencialidades de que dispomos e sairmos da lógica atrofiada de se planejar em cima das mazelas, das dificuldades e de que “o povo é miserável mesmo”.

Não! O povo precisa de uma radical infraestrutura em que se valorize a cidade e as vidas dos seus cidadãos, isso deve vir desde os serviços de uma educação e saúde de qualidade. Os serviços públicos devem vir movimentando oportunidades a fim de que os cidadãos vivam e cresçam robustos, orgulhosos de sua história e assim, eles poderão investir cada vez mais decisivamente em sua cidade! Uma cidade que dignifique seus cidadãos! É essa civilidade que havemos de investir. Enfim, assim, nessas perspectivas, podemos comemorar!

Hoje, 7 de novembro, o município completa 50 anos. Na Matriz de São Miguel de Cotegipe – prédio que herdou os afazeres e mistérios cristãos/católicos da Matriz erguida no início do século XVII (1608) na enseada da Baía de Aratu, depois, Fazenda Dambe, realiza missa de Ação de Graças. Mais tarde a Câmara de Vereadores outorgará o título de cidadão simõesfilhense a alguns munícipes que fizeram e fazem jus.

À guisa de não assistirmos aos deprimentes espetáculos que sujeitam cidadãos e cidadãs às futilidades e violência mais alheamento da história e da cultura, desejamos continuar na costura desses retalhos, até porque, muitos ainda procuram saber – entender – conhecer “essa história” de Simões Filho. Na lista imensa desses, estão professores, estudantes, jornalistas, políticos, artistas – cada um com seu interesse que vai desde monografias, dissertações, teses, material didático e pesquisas escolares, matérias/reportagens, etc.

A história é de tod@s! Juntos podemos escrevê-la sob os vários olhares, os vários pontos de vista. Vamos resgatar, escrever, viver, acreditar e fazer valer a história mais plural e que é patrimônio de tod@s!!!

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