In memoriam ao Rei de Congo - em virtude de sua visão - como reza a lenda - farei aqui algumas referências a pássaros. Porque: Richard Serraria, Mimmo Ferreira, Pingo Borel, Kako Xavier, Álvaro Di Amaro e Mateus Aleluia - são pássaros com sua simbiose de músicos, tocadores, menestréis, poetas, pesquisadores, etc. etc.
Primeiro voo – do encontro de pássaros

Foi mesmo uma noite de encontros
e reencontros de raízes e artistas entre si e com o público. A turma que me
acompanhava formada por colegas da Secretaria Municipal de Cultura de Simões
Filho e de artistas, foi gentilmente
recepcionada por funcionários do Teatro do SESC-SENAC e, particularmente, pela
Poliana Bicalho – produtora cultural desta instituição.
O Grupo Alabê de Ôni acolhe o
Álvaro Di Amaro e juntos conversaram sobre seus legados e semelhanças, amizades
– inclusive, com os griôs Shiley Amaro, mãe do Álvaro, Dilermando Martins e
dentre outros – sobre o saudoso mestre Batista.
Na culminância do show os “nobres
tamboreiros”, como eles traduzem do yorubá a expressão “Alabê Ôni”, convidam-no
ao palco e este, o Álvaro, como um pássaro entre pássaros - como profetizou e
sorriu o Rei do Congo, alçou seu voo e juntos voaram com seus tambores sob a
reinado do Grande Tambor: o Tambor de Sopapo. Quanto ao Álvaro, sim, ele tocou como seu
tambor de sopapo montado pelo mestre Batista numa oficina aqui em Salvador!
Segundo voo – do reencontro e da ternura
Nesta noite tive mais uma grata
alegria ao reencontrar com o mestre Mateus Aleluia, compositor e cantor - com habituais
simpatia e generosidade, fraternal e terna – que nos confortam – afinal, sermos
acolhidos com humanidade, com serenidade e civilidade - tem sido tornado primazia.
Isso, de fato – para mim, é que é fidalguia, nobreza. Podemos sim, distribuir
ternura e se possível, sermos retroalimentados. Reencontrei também, a estimada companheira
ambientalista, Tereza Brandão, bióloga do COA – Centro de Observação de Aves e
do Movimento Popular de Canudos, que nesse outubro faz trinta anos. Uma
bandeira do Padre Enock, Fábio Paes, Xangai, Roze, Dércio Marques (que partiu
sem combinar!), Elomar e tantos outros menestréis, poetas, historiadores,
pesquisadores.
Terceiro voo – do acolhimento e programação
Como afirmamos acima, a Poliana
Bicalho foi uma anfitriã que em nome do SESC-SENAC recepcionou a todos com
fundamental conhecimento acerca da obra monumental que esta instituição
desenvolve no país, com ênfase para o Projeto
de Mostra Sonora Brasil – Formação de
ouvintes musicais, e, destacou sobre os grupos que que se apresentaram
ao longo do mês de julho, 27 – Raízes do Bolão (Amapá), 29 – Raízes do Samba de
Tócos (Bahia), 30 – Samba de Cacete de Vacaria (Pará), 31 – Alabê Ôni (Rio
Grande do Sul).
Quarto voo – o voo que tem que continuar a bater asas

Em nós, enquanto artistas,
educadores, produtores, sonhadores e também gestores públicos –cresce fundo e
cada vez mais a responsabilidade e necessidade urgente de que artistas e grupos
culturais como os mencionados acima -, possam criar sem tantos obstáculos e
sacrifícios suas obras e que elas possam ser visibilizadas, circuladas pelo
Brasil afora com dignidade e que ao povo compartilhemos a sua fruição,
degustação, absorção, audição, aquisição, etc.
Como dissemos na postagem
anterior -, foi mesmo uma noite de celebração! Que fique o tambor da nossa
consciência e ação a percutir na Memória da Cultura Brasileira, brasileiramente
multicultural, linda lindíssima!
Este voo é urgente que
alimentemos mais o seu bater de asas.
Viva a Cultura!!!
Viva a Cultura Popular!!!
VIVA A CULTURA!Nubia.
ResponderExcluirO Grupo Alabê Ôni nos escreveu pelo Facebook: "Obrigado Ademario Ribeiro, arriba sempre!".
ResponderExcluirE eu de cá respondo numa folha zabumbada d'Ossae:
- Malungos, enquanto azeite houver na minha humilde cumbuca e lamparina, estarei compartilhando meu fiozinho de lume.
Awere, Axé, Aleluia!
Viva a Cultura Popular e Étnica!
Extremamente interessante uma aula cultural :)
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