Este nosso
PensamentAções tem mesmo suas Fronteiras. Faço aqui o que em muito se passa em minha vida. Militância.
Meu jeito de ser e estar no mundo. Dito isto -, penso que hoje, minha escrita
aqui terá algo do gênero crônica - assim como antes - aqui tenho trazido narrações, reflexões, comentários sobre fatos, pessoas e seus cenários e cotidianos...
Saí ontem, dia 24 –
depois de vários ajustes e correrias – do município de Simões Filho para o
município de Salvador, capital do Estado da Bahia para assistir-participar do
lançamento do longa-metragem Terra Payayá, dirigido por Mário Silva, do qual,
já fiz aqui outra postagem a respeito. Marcado para às 19h00 na Sala Walter da
Silveira, no bairro dos Barris.
Lá estava o querido
amigo e parente Juvenal Payayá, cacique, escritor e professor em meio a
bate-papos e fotografias. Combinamos nos encontrar ali e atualizar uma agenda
sobre os povos indígenas e no particular, sobre o nosso povo Payayá – embora
não houve. Ficamos nos devendo, né cacique? Em seguida chegou o compositor e
cantor piritibano, Wilson Aragão, autor de músicas bem conhecidas: Guerra de
facão, Matuto no fitibó, Tanajura, Vou embora pra Tapiramutá, O Filósofo e o
Jegue, Istalô, istalô e Capim-guiné, seu grande sucesso em parceria com Raul
Seixas.
Com Wilson Aragão –
conversamos sobre Miguel Calmon, minha terra natal, sobre meu pai, Alberto
Severiano Ribeiro, e sobre o episódio de retirada da bala da perna de Dadá,
mulher de Corisco, primo do Lampião, cujo ferimento associado ao diabetes a
levou a amputar sua perna. Falei-lhe, inclusive, sobre o corpo de Corisco ser
“plantado” metros à frente da minha casa no antigo cemitério, na época,
chamava-se Rua do Campo. Claro, revelei-lhe outras notícias acerca do casal de
cangaceiros, meu pai, o ex-prefeito e ex-tenente Otávio de Sena.
Juvenal Payayá, Cardoso, Wilson Aragão, Ademario Ribeiro & Luciano Souza
Antes da sessão de
lançamento do filme Terra Payayá, a antropóloga Márcia Nunes, fez uma fala
compacta sobre o lançamento e de de agradecimento aos presentes no lançamento.
Em seguida falaram Roque Araújo, um patrimônio humano do e no cinema ao longo
de mais de um século de dedicação à 7ª arte, e o diretor de fotografia do Terra
Payayá, Wilson Sena Militão. Quanto a Wilson comentei ao sair da sessão sobre
os seus enquadres na fotografia permitiram – na minha mais que modesta opinião
– dialogar com as falas, com os movimentos e com o que a ação em alguns momentos
requeriam. Ou seja, conseguiam contracenar. Ele gostou dessa observação.
Rsrsrsrs...
Embora estevesse ali
com os vários olhares e demais sentidos – meu faro era sim a história étnica do
povo Payayá – entretanto, percebi: como se inicia o filme com uma imagem que
desfoca a paisagem e depois dá um zoom do horizonte e faz uma subida e dai – a
câmera vai engolindo a paisagem, as paisagens, os cenários, as tramas, os
diálogos e... surgem em nossa frente o patrimônio material e imaterial de
Jacobina: o espetáculo de natureza, a cultura popular e suas
manifestações, seu povo e seus tipos
populares, políticos, o teatro, a orquestra sinfônica, os falares, seu casario
com sua arquitetura que confere a esse município o emblema de
“Cidade-presépio”...
Senti no Terra Payayá
uma crônica brasileira, espécie de réplica ou mosaico dos nossos brasis. As
imagens e as ações dramáticas contracenam com o pitoresco, com o picaresco, com
o folclórico, com o político, com a marginalidade, com o merchadising e com
apelo turístico, social e ambiental em meio a detalhes realistas, humorísticos
para dar conta de uma sociedade ‘onde
tudo pode acontecer’.
Que salutar foi
reencontrar o Juvenal Payayá, Wilson Aragão e Roque Araújo e conhecer a Márcia
Nunes, o Wilson Sena Militão e o Antônio Cardoso – um jacobinense ávido por
cultura e que já trabalhou como professor de natação em Salvador.
Enfim, que tudo possa
acontecer pelo êxito do Terra Payayá
e que se fomentem reflexões em favor do Cinema Nacional, da ecologia local e
que as pessoas que vem se afirmando Payayá possam ter respeitadas suas
concepções de pertença e de afirmação de sua identidade étnica!
Ademario Ribeiro & Cacique Juvenal Payayá.
Na língua kiriri,
ancestralmente falada pelos Payayá, me despeço: Bure'du po'o! “Muito
obrigado!”.
Muito importante o seu comentário Ademario Ribeiro, para Jacobina, Miguel Calmon e região, as Terras dos Payayá.
ResponderExcluirA semente foi lançada!
Abraço do agora amigo!
Cardoso
Estimado Cardoso, use os contatos do meu cartão. Preciso retomar contato contigo!
ResponderExcluirGrato pela visita!!!
Ademario: gostei da sua postagem e de rever também o payaya. Sadades, paz e bem,GGraúna
ResponderExcluirGraça querida, que honra e alegria é ter a sua passagem por aqui - dispensando seu tempo tão precioso. Realmente foi providencial reencontrar o Juvenal Payayá - conseguimos colocar alguns pontos em pauta, paticularmente, sobre os nossos povos indígenas e, parentescamente, sobre os Payayá!
ResponderExcluirSaudades só aumentam.
Beijos!!!