sexta-feira, 11 de abril de 2014

Violência no campo: Tupinambá assassinado com 20 tiros na Bahia

Na madrugada do dia 6, mais um índio foi assassinado pelo latifúndio na Terra Indígena Tupinambá de Olivença. Esse é mais um crime fruto da política de aliança com o latifúndio do PT.
Na madrugada do dia 06, mais um índio Tupinambá foi assassinado na Terra Indígena Tupinambá de Olivença. Durante a madrugada quatro indígenas estavam em suas casas numa área retomada na Comunidade da Serra dos Trempes, próximo a estrada quando vários pistoleiros invadiram a aldeia atirando e destruindo tudo. Durante o tiroteio dois indígenas conseguiram fugir para dentro da mata e um foi atingido por um tiro na mão.

No momento do ataque o Tupinambá conhecido como Chicó estava dormindo e não conseguiu fugir, sendo assassinado com mais de 20 tiros a queima roupa enquanto dormia. O corpo inteiro do indígena foi perfurado por tiros. Um crime bárbaro que mais uma vez atinge os índios Tupinambás.

A região da Serra dos Trempes e da Serra do Padeiro são de intensos conflitos, distante de áreas urbanas do municípios e com grande concentração de fazendas retomadas e de pistoleiros. Constantemente os Tupinambás sofrem com ações de pistoleiros, que ficam entocados nas fazendas aguardando situações favoráveis para cometerem esse tipo de atrocidade.

Esse crime é mais uma tentativa de intimidar e calar a luta dos Tupinambás na demarcação da Terra Indígena Tupinambá de Olivença.

Política do PT é responsável pela violência contra os Tupinambás

Chicó é mais uma vítima da política de “mesa de negociação” imposta pelo ministro da justiça, José Eduardo Cardozo, que paralisou o processo de demarcação e enviou o exército para reprimir os índios. Fato que somente acirrou o conflito na região.

Para impor a “mesa de negociação” o governo aplicou a GLO (Garantia da Lei e da Ordem), que na prática é a ditadura contra o movimento indígena, enviando a Força Nacional de Segurança e mais de 700 soldados do exército. O pedido formalizado pelos Governador da Bahia, Jaques Wagner e pelo ministro José Eduardo Cardozo foi comemorado amplamente pelos latifundiários e especuladores da região.

Se toda essa situação não bastasse, o deputado federal do PT, Geraldo Simões, realiza uma enorme campanha de difamação e ataques contra os indígenas, incitando a população a agir violentamente contra os Tupinambás e justificar as ações violentas dos pistoleiros, polícia e militares contra o movimento pela demarcação da Terra Indígena.

O governo federal, na figura do Ministro da Justiça, o governo estadual e o deputado Geraldo Simões devem ser responsabilizado pelos assassinatos e pela crescente violência sofrida pelos indígenas no Sul da Bahia.

A ofensiva do latifúndio aliada com a impunidade

 Os ataques contra os Tupinambás vem de longa data, mas se agravou nesses últimos meses com Chicó sendo a quinta vítima em um curto período. Em setembro de 2013, o Tupinambá Dilson “Cipó”, foi mais uma das vítimas e outros dois índios foram baleados em uma área retomada na região da Serra do Padeiro.
Em novembro do ano passado na comunidade do Acuípe, entre os municípios de Ilhéus e Una, no sul da Bahia, foram assassinados por pistoleiros três índios tupinambás com vários tiros e golpes de facão. Aurino Santos Calazans, 31 anos, Agenor de Souza Júnior, 30 anos, e Ademilson Vieira dos Santos, 36 anos, foram executados em emboscada quando regressavam da comunidade Cajueiro.

Em nenhum desses casos houve qualquer investigação séria por parte dos policiais. Em todos os casos houve uma campanha da imprensa venal, subsidiada pelas policias de que os crimes não tinham motivação da luta pela terra, apesar de todos estarem em áreas retomadas e sofrerem com ameaças dos pistoleiros e policiais.

A impunidade desses assassinatos e outros atos de violência como casas queimadas, sequestros, prisões de indígenas, juntamente com o apoio dados pelo governo federal e estadual, ambos do Partido dos Trabalhadores, estão encorajando os latifundiários a realizar uma matança dos indígenas no Sul da Bahia.

Devido a este fato, os indígenas não podem confiar em nenhum órgão governamental controlado pelos latifundiários, como por exemplo as polícias e o exército. Devem confiar apenas nos seus próprios meios de defesa, levantando a reivindicação de autodefesa contra os ataques da direita latifundiária. Pela expropriação sem indenização do latifúndio.

Fonte:  http://pco.org.br/movimento-popular/tupinamba-assassinado-com-20-tiros-na-bahia/aaaa,o.html

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