Como ex-secretário municipal de cultura, o Editor diz-se privilegiado
pela oportunidade de trabalhar com um gênio cultural chamado Fernando
Peltier e lamenta que remoques de uma deletéria política, não abra
espaço na linha de atividades artísticas e culturais a esse talento
único, capaz de manter jovens e adolescentes apaixonados pela arte que
tem salvo a tantos deles.
- Por Gidalti
Quando olho para minha terra, torrão e berço de Anatólios,
Celestinos, Mouras, Josés, Júlios, Áureas e Carmelitas e vejo suas
gerações herdeiras, tão desproporcionais ao tamanho e grandeza das almas
artificiosas desses nossos ancestrais, faz brotar em mim uma grita às
consciências dos que foram constituídos responsáveis pela manutenção,
criação e debuxos de nossas culturas e tradições.
Meditativo, vejo em meu Araci a figura de um artista possuidor de um
perfil artístico-cultural que não se encontra nos 417 municípios de
nosso Estado e todos carentes de talentos que pelo menos se misture aos
nativos, formando um time de luz, sons e cores, porque assim é o mundo
dos artistas.
Esse
é o nosso Peltier. A celebridade Antônio Fernando Peltier Loureiro
Freire, o colega Fernando Peltier. Por aí nos terreiros da arte, seus
fãs também o chamam de: Peu, Pel, Pélty, Pel-ti-ti-ti, Peltí, Peleleu,
Peleleuty, Tom, Tonho, Toinho, Antoninho, Tonico, Tutí, Nando, Macaúbas.
Suas designações são o porquê do: Teatrólogo, Dramaturgo, Ator, Diretor
Teatral, Cenotécnico, Sonoplasta, Professor de Teatro; Escritor,
Poeta, Cronista e Dramaturgo. As obras por ele publicadas como: Nós
Te Atra(í)mos”, com os textos de “Pinóquio”, - “O Jardim das Abelhas” –
“BeatleCaetanus” - ”Heureca! - Notáveis Encontros com o Saber” – “Teatro
Nosso Cada Dia” confirmam a notoriedade de seus nomes.
As peças produzidas, das quase todas já nos encantaram, fazem a mesma
evidência: “Auto das Dores de Cristo” – “Paz!… Paz!… Paz!..Páscoa!” –
“Pinóquio” – “O Grande Circo da Mamãe” - “Fuga Num São João” – “O
Jardim das Abelhas” - “Por um Triz… Triscou, Pegou!” e essa que marcou
nossos natais, “Auto do Presépio de Natal”.
Seus poemas foram recentemente lançados em Recital. Fernando foi
reconhecido em Portugal em 2010 na Cidade do Porto ao lançar para a
Europa e para o mundo seu livro “Na Palma da Calma da Alma”, com 51 poesias diversificadas e diversas.
Peltier é professor de teatro com formação superior completa em
Direção Teatral na EMAC da UFBA. Sua graduação possibilitou a criação de
projetos de educação como: “Para não ter que punir os homens ”
com seus 8 subprojetos, oportunizando apresentações teatrais pertinentes
à criança e o jovem, um projeto que trabalha a formação de plateia, com público, a partir do escolar desde os 02 anos de idade.
Fernando acima de tudo é gente e vive igual aos homens comuns. Casou
duas vezes, com Mirtinha que é mãe de Tatiana, Mauro e Fernanda e com
Vera, mãe de Tarcila e Tamara e já é avô de Phillippe, Pedro e
Valentina.
E por ser boa gente, é “baêa”. Tricolor de quatro costados em sua
terra, fluminense no Rio e são-paulino. É místico: Esotérico
Espiritualista e Holístico, mas devoto da Sagrada Família Jesus, Maria,
José. Para ele é mais importante ser cristão que ser religioso. Homem
sensível sem dominação viciosa, decente e detesta a traição. Meio
filósofo, meio maluco, Fernando sonha em consertar o mundo.
Esse Fernando é soteropolitano, mas ama o interior e entre tantos por
onde passou, em Araci ficou. Aqui vive com toda a gente, com as meninas
e com os meninos, não tá nem aí pra a burrice de tantos e desconsidera a
truculência de outros. Vive com respeito e amor, ingredientes de seu
sonho de mudar o mundo. Em sua vida de escritor, acha que todo mundo
deve escrever e ler algo e sua mais esperta máxima diz: “Escreveu, não
leu… O palco é meu!”.
Quando esse “Cara” foi convencido pela prefeita Nenca a ficar em
Araci, estava como secretário de cultura e o tive como Coordenador de
Cultura. Em nossos encontros da área, por municípios e pontos
culturais, a pergunta era sempre certa: Como Araci conseguiu ter em seu
quadro um Fernando Peltier?
A resposta além de ter um tom de orgulho, tem também um raciocínio
lógico. Era só perguntar aos juvenis da arte, aos jovens do teatro e a
todos os que tinham a alma cheia de linha, adereços e cores. Aos
pintores, às costureiras e aos artesãos do Tracupá, de Serrinha, de
Jacobina, quem não sabe quem é Peltier?
Perguntas como “por que não está, então, trabalhando em outro lugar,
já que é tão decantado?” – podem estar sendo formatadas nas mentes de
especialistas nessas questões. Fernando gosta daqui. Fernando se gasta
pela arte e cultura desde que aqui chegou e se seu amor por Araci
precisasse de uma prova, ela estaria no bairrismo que mostra pela cidade
quando chamou de ICARASO, sua companhia de teatro (uma mistura
invertida de Araci e Raso).
Para um peito lírico, amante, poético e músico, o que mais o dilacera
é a dor da abjeção. Não perguntemos o que faria Fernando pela arte e
pela cultura de Araci, perguntemos a nós mesmos: “o que Araci está
perdendo com o menosprezo o desuso e desagradecimento a este talento que
agora é nosso?”.
Fonte: http://www.portalfolha.com/gerais/so-araci-tem-um-fernando-peltier/
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