terça-feira, 5 de novembro de 2013

A um forasteiro do mundo cristão. (Fernando Peltier).


Sem qualquer rogo por parte do autor, ao receber este epopéia de […]

  • Por Gidalti
Sem qualquer rogo por parte do autor, ao receber este epopéia de desforra, senti o dever de publicá-la para reflexão de alguém, que somente ele entenderá ser um verdadeiro forasteiro em um mundo cristão e mais ainda globalizado onde os homens que descriminam ficam à margem dos que sabem amar, compreender e perdoar.
Gidalti Moura.


A um forasteiro do mundo cristão.
De Antônio Fernando Peltier Loureiro Freire

Nunca me senti tão elogiado,
(elogiado sobretudo por ter vindo de quem veio!)
Apesar de ter sido assim chamado,
Como se fosse um xingamento!
Isto me permitiu uma reflexão
Num bom momento… a do meu
excelente aproveitamento…

Não foi a primeira vez, (juro que não!)
Todos os lugares onde,
Trabalhando passei,
Fui assim adjetivado!
Mas jamais me irritei…

Oh, sinto muito ter-lhe incomodado!…
(O seu incômodo, faz-me inda mais, valorizado.)
Quando me chamam, destarte, forasteiro,
Sinto-me cidadão do mundo, verdadeiro!
Penso no Papa, que é alemão e serve a todo cristão
E vive no Vaticano a distribuir benção!…

Como o pároco que não é filho deste lugar,
E o Bispo, um exemplar senhor estrangeiro,
Pronúncia carregada, mas, muito simpático…

Será que algum dos seus servos ou algum desafeto,
Quiçá doutra religião, já lhe chamou assim, de forasteiro?
Forasteiro, nome bonito, sonoro e forte!
Pedro Álvares Cabral também, que por sorte
Descobriu o Brasil para tantos outros forasteiros:
Portugueses, africanos, gente do mundo inteiro…

Que ajudou e ajuda a construir um Brasil tão faceiro.�
O que seria de nós, baianos e brasileiros,
Não fôssemos miscigenados pelos forasteiros?…

Ah, Muito bom lembrar certo senhor,
Um tal José Ferreira, vindo de bem distante
aqui chegou, deu início à nossa praça
Armou seu estande, fincou o estandarte
Com sua graça e muita arte, o Raso fundou
E, não por acaso, nossa Araci consolidou.
Pois, eu me orgulho de ser Forasteiro,
Já fui assim chamado em outros lugares
Que depois de me reconhecerem amiúde,
Outorgaram-me, em pares, títulos de cidadania…

E isso representa o grau de minha dignidade,
De minha mente com muita saúde,
A importância do meu comportamento,
A minha capacidade de transformar
Seres simples e em formação,
em verdadeiros cidadãos.
Quem assim me chama que dê prova do contrário,
Também, de que não é, um preconceituoso qualquer!
E com aquela doença dos cotovelos, que propicia a dor…

É de triste preconceito, daquele que não se redime,
Pois isso é discriminação e se processado, é crime!!!
Um fanático desautorizado pelo mundo, um pária
Sem educação, sem inteligência emocional e/ou racional, sem pátria…

Quer ao seu jeito, sem apoio de ninguém, retomar a Inquisição…

Aquele momento ridículo ocorrido desde antes da Idade Média
Ao qual até o Papa se redimiu e pediu perdão à humanidade!
E esse tal fundamentalismo Cristão caótico
É atitude de um despótico que não sabe o que faz
Muito menos o diz, quis dar uma de valentão!
E quebrou sua própria cara, sem livrar o seu nariz!
Queria fazer a festa de Tiradentes ou de Cristo Jesus
Desejando-me enforcar, queimar-me na fogueira
ou crucificar-me, plena praça, na mesma cruz da encenação.

Vá trabalhar, vagabundo!
Por sua terra ou pelo mundo,
Pois a pátria de todos nós é o nosso planeta,
Sujeitinho beócio e marreta!!!
Saiba que muitas testemunhas assistiram esse ato
E posso lhe processar por toda essa via de fato.

Fonte:  http://www.portalfolha.com/gerais/4525/








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