terça-feira, 6 de abril de 2010

Fronteira Indígena - Escritores Indígenas debatem a Lei 11.655/08 em Sampa




Escritores indígenas debatem como colocar em prática a Lei 11.645/08
PublishNews - 10/12/2010 - Redação

Segundo a lei, escolas são obrigadas a tratar do tema “História e cultura indígenas” e a literatura pode ser um excelente instrumento


Existe uma lei que obriga as escolas a incluir em seus currículos a temática “História e cultura indígenas” e a literatura pode ser de muita valia nessa tentativa de mudar a visão estigmatizada quem ainda se tem desses povos. Para debater de que maneira a literatura escrita por autores indígenas pode ser um instrumento de transformação dos estereótipos e preconceitos, editores, distribuidores, professores, estudantes e demais interessados são convidados a participar, nesta segunda-feira (13), do projeto “Encontros com a literatura indígena”, organizado pelo Instituto UK’A, Instituto Brasileiro para Propriedade Intelectual e Núcleo de escritores e artistas indígenas (Nearin), e que terá como tema “Lei 11.645/08: Modos de usar”. Participam do debate Edson Brito, Ely Makuxi, Graça Graúna e Naine Terena, e a mediação será feita por Daniel Munduruku. A atividade será realizada das 8h30 às 13h, na Biblioteca Infanto-Juvenil Monteiro Lobato (Rua General Jardim, 485 – Vila Buarque – São Paulo/SP. Tel.: 11 3256-4438 / 4122). As inscrições são gratuitas e devem ser feitas por e-mail.

Convidados
Edson Brito (AP) – Indígena Kayapó. Doutorando em Educação na Pontifícia Universidade Católica – PUC/SP. Professor de História Indígena na licenciatura Intercultural Indígena no IFBA.
Ely Mukuxi (AM) – Indígena Makuxi. Escritor e Professor.
Graça Graúra (PE) – Indígena Potiguara. Escritora. Doutora em Letras pela UFPE e professora adjunta na UPE.
Naine Terena (MT) – Indígena Terena. Jornalista. Doutoranda em Educação na Pontifícia Universidade Católica – PUC/SP

Mediador
Daniel Munduruku (SP) – Doutor em Educação pela USP. Escritor e Diretor-Presidente do Instituto Uk’a.

Abaixo, nas fotos, alguns dos escritores indígenas presentes entre os dias 10 e 12 de dezembro em Sampa.

Fonte: http://www.publishnews.com.br/telas/noticias/detalhes.aspx?id=61317

Fonte das fotos: http://escritoresindigenas.blogspot.com/2009_07_18_archive.html




Um dos recortes e ou dimensões que demarca e marca impressões no humano é o que denominamos: FRONTEIRAS. Quanto não escreveríamos sobre elas? Venho lidando - mal ou bem - ou mais ou menos com a Questão Indígena ou Povos Indígenas e ou Cultura(s) Indígena(s) ao longo do meado dos anos 70 quando com Jurema Penna participei como ator de um espetáculo que tinha personagens e cenários amazônicos. Aí entrou mais conscientemente o "índio" na minha vida. E foi mais uma vez com o artista. Há artistas e artistas. Porém, na minha tenra infância no alto dos morros, com minha mãe - perdidos nos vales da sertaneza eu "via" seres entre silhuetas das árvores e que os que me rodeavam não sabiam ver o o que eu via. Quem eram? Nossos ancestrais indígenas? seriam então, os Payayá, senhores e donos milenares da grande região da chapada Diamantina?...

Passa muita história nesta ponte de rio. Muitos dedos de prosa. Muita dor, renúncia, xingamentos e muita gente dizendo que sou e não sou índio e sendo - sou índio aculturado. Preocupo-me com algumas "incorporações" nas culturas de algumas tribos e em alguns dos seus indivíduos que se utilizam de aspectos de tribos que não são as suas - pelo contrário, são de tribos norte americanas. Alguns dizem ou até fazzem apologia a estas incoporações em afrmanod que devem ser assim a história e a cultura são dinâmicas. Às vezes alguém me pede que eu não fale sobreos índios porque primo por "respeitar" as culturas mais no "original", etc. Porém há - para minha honra e prazer convites que me chegam chamando-me de parente para dentro de sua maloca, panhãi, oca, sethe e ou solicitações de colaborações de alguams informações que eu tenha sobre suas línguas, em particular para as línguas do tronco linguístico Tupi...

Na cidade - já há uns quarenta anos sou índio, deixei de ser índio? ou índio aculturado ou urbano - ou índio na cidade - apesar de meu nariz emio europeu. Será que é "europeu" o meu nariz? Quanto de negro eu tenho na veia e serei negríndio ou indioafrodescendente?..

Projeto Índios na Cidade - Índios Urbanos

Este projeto tocado pelo Marcos Aguiar está fazendo 12 anos. Marcos é uma figura já bastante conhecida nestas rodas das culturas e identidades indígenas e é um projeto muito localizado em Sampa porém já começa a circular por algumas cidades brasileiras como foi o caso de Valença na Bahia. Este projeto cumpre uma missão ímpar, faz a diferença e mitiga uma lacuna em relação aos indígenas nos garndes centros urbanos. Breve volto a este aspecto para abraçar mais este tuxáua que é o Marcos. Fica aqui um breve relato desta ONG Opção Brasil!

Mas, retomo o assunto iniciado afirmando que sou um misto de todo o exposto mas, digo é melhor viver e lutar por um mundo sem desigualdades e respeitar unidades, individualidades, pluraliade!

Graça Graúna (GG), genialmente simples me sugeriu mexer aqui no blog com algo tipo FRONTEIRA INDÍGENA. Venho reluantando a anos sobre o que é ser INDÍGENA - INDIGENISTA E INDIGENISMO. Claro, tudo isto a fim de respeitar a nomeação - algo mui sagrado entre as tribos e também o meu respeito aos "índios". Relutei por timidez diante da responsabilidade. Voltei atrás e, ora, assumo de que vai ser mesmo o que a querida GG sugeriu: FRONTEIRA INDÍGENA, sim!
Ora em diante vou pensamentando aqui como vocês algumas porandubas a respeito dos Povos Indígenas, e sobre a nossa militância e estudo-pesquisa em prol das etnias indígenas e suas Causas, causa de tod@s nós, nestas FRONTEIRAS.

Fronteiras... Esta perspectiva é heurística...

Até a próxima PensamentAção.

Obs.: Na 1ª foto acima estão: O povo do Quilombo Castainho (PE), índios Fulniô, Payayá e amig@s do Quilombo e dos Índios. Na 2ª foto estão AR, Juvenal e Edilene Payayá e um índio Pataxó, amigo dos Payayá. Na 3ª foto: Graça Graúna, Pajé e Cacique Sebastião Fulniô e AR.

Nota geral: Grafamos as palavras de línguas indígenas e as denominações das tribos, povos e ou nações, por exemplo: Os Tapuia, os Tupi, os Tupinaé, os Tupinambá entre outras, por recomendação da Convenção de 1953 da Associação Brasileira de Antropologia – ABA, que estabeleceu que as palavras das línguas indígenas são invariáveis (não têm flexão de gênero e número).

A LEI 11.645/08 -Está em vigor...

Quem é ela, ao que se destina e como podemos aplicá-la nas Escolas? Como têm sido as ações acerc desta Lei Federal? O que tenho feito? Breve, aqui, postaremos algumas intervenções e contribuições do que já vínhamos realizando anos antes dela chegar - mas, já que chegou, que chegue pra valer!

6 comentários:

  1. Tua pensamentação é como o proprio termo sugere: coisa de gente que pensa grande e não poderia ser diferente, mano Ademario. Sem quer contrariar, mas catucando as ideias; digo que entendi sua abordagem em torno do termo indigenismo; mas mano velho, a noção de indigenismo remete ao não-índio ou juruá (o homem branco); enquanto o termo indígena está mais condizente mesmo com o nosso jeito de ser, de viver, de pensar indígena. Mas deixa o barco correr...Paz em Ñanderu.

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  2. Que legal amiga e mestre!!! Cê tem completa razão! Mas, como cê diz: "deixa o barco correr" - sinto muito isto mesmo! O não usar "indígena" me remente a um certo tempo em que aguardo uma ordem cósmica dos nossos ancestrais, então me reservo -, mas, tu sabes, estou todo incorporado às nossas causas!
    O "indigenismo" é uma ponte para trazer cá por fora o índio que está lá dentro, "invisível" na sociedade e no ser de cada um. E aí haver uma dialogia entre entre o dentro e fora e o que mais vale: que o Ser Índio esteja na ordem do dia!

    Grande beijo e um abraço lacrimoso dos Tupinambá!!!

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  3. Você é um ser especial, uluminado que através das suas palavras preenche o nossa alma, deixando-a livre e leve, promovendo o encontro do mais profundo sentimento.
    Quanto tempo meu amigo, mas eu sabia que nosso caminho iria se cruzar mais uma vez.

    Beijos,

    Mônica Homem - camaçari-Bahia
    Contato: 99379338

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  4. Amigo Ademário a tua pensamentação é fruto da tua capacidade humana de ver, viver e aplaudir o próximo mesmo sem o próximo tetá próximo.
    Você é um verdadeir Seo Tuninho que entre tantas ações na vida ainda consegue embarcar tant@s nesta viagem maravilhosa com as tuas pensamentações você é iluminado por Deus. Continui sempre porque precisamos viajar juntos nas tuas pensamentações.
    Saudações Ecológicas;
    Pedro Paulo

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  5. Ah, querido Pedro, que bom é ter o teu apreço. Vamos permanecer juntos, afinal, juntos a aventura humana tem mais saber e saber!

    Grato,

    AR

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  6. Ôi Mônica,cê tá mana? Desde que nos conhecemos que eu também tinha esta percepção de que não haveráimos nos cruzar só ali. Vamos marcar um bate-papo arejado pela amizade.

    Beijos,

    AR

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