Assassinatos sequenciais e seletivos de indígenas no Brasil
Nota do Cimi sobre assassinatos sequenciais e seletivos de indígenas no Brasil
Os
assassinatos em questão atestam o aprofundamento do processo de
violação de direitos e de violências contra os povos indígenas no país
O
Conselho Indigenista Missionário (Cimi) manifesta profundo lamento e
preocupação com o assassinato de três lideranças indígenas, em uma
semana, no Brasil. Avaliamos que os ataques covardes que mataram Eusébio Ka´apor, no dia 26 de abril, no estado do Maranhão, Adenilson da Silva Nascimento, do povo Tupinambá, no dia 1º de maio, e Gilmar Alves da Silva, do povo Tumbalalá, no
dia 3 de maio, estes no estado da Bahia, não são fatos isolados.
Trata-se de assassinatos sequenciais e seletivos de líderes e
integrantes de povos indígenas no Brasil.
Consideramos que tais assassinatos são resultados fáticos da associação
nada casual de três fatores principais, a saber: os discursos racistas
proferidos por parlamentares ruralistas do Congresso Nacional, a
paralisação dos procedimentos de demarcação e a omissão quanto à
proteção das terras indígenas por parte do governo Dilma e decisões da
2ª. Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que anularam atos
administrativos de demarcação de terras nos últimos meses. Esses fatores
servem de combustível que alimentam a sanha assassina dos inimigos dos
povos indígenas no Brasil.
Os assassinatos em questão atestam o aprofundamento do processo de
violação de direitos e de violências contra os povos indígenas no
Brasil. Para fazer frente a esta situação, passa a ser fundamental que
os assassinos sejam identificados e punidos, e que os fatores acima
elencados sejam superados.
O Cimi se solidariza com os povos Ka´apor, Tupinambá e Tumbalalá e com
as famílias de Eusébio, Adenilson e Gilmar neste lamentável e triste
momento de suas vidas.
Conselho Indigenista Missionário – Cimi
Brasília, DF, 5 de maio de 2015
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