Amig@s, saudações educadoras!
Mais uma vez gostaria de anunuciar a existência da Revista PRÓ-PROFESSOR do Centro de Educação Aberta a Distância (CEAD) da Universidade Federal de Ouro Preto. Ela pode ser acessada para você levar, baixar e, inclusive, enviar seus artigos, se desejar. Veja abaixo um sumário com os artigos já publicados e a apresentação dos seus editores.
Bom acesso e ótimas leituras!
Endereço para acessar: http://www.cead.ufop.br/jornal/index.php/proprof
Artigos
História e cultura dos povos indígenas: abordagem transversal fortalecida pela lei n.º 11.645/08 | |
Ademario Souza Ribeiro, Ana Cristina Magalhães Jardim |
Reflexões sobre Lixo, Meio Ambiente e Sustentabilidade nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental | |
Leliane Moraes da Silveira Santos, Cinthia Borges da Costa, Raquel Martins Lana |
A importância da inserção de jogos e brincadeiras como recursos didáticos na Educação Infantil | |
Marilza Merenciana Dias, Cristiene Adriana da Silva Carvalho |
Gêneros textuais: as várias maneiras de se comunicar | |
Maria da Glória Fonseca do Carmo, Érica Alessandra Fernandes Aniceto |
Gênero textual literário: estabelecendo um caminho de poesia para o processo de leitura e escrita | |
Magda Pantuza, Érica Alessandra Fernandes Aniceto |
Experiências lúdicas na escola: superando as dificuldades de aprendizagem no currículo de alfabetização | |
Andréa Vieira Martins Dórea, Frederico Assis Cardoso |
Os Caminhos da Arte com Tarsila do Amaral | |
Sandra Lizete de Faria Gonçalves, Ana Cristina Magalhães Jardim |
No que se refere à educação e à formação
de professores, quanto mais as discussões se refinam e se aprofundam,
mais se distanciam da prática que se exerce na escola e de seus atores.
Por outro lado, aparentemente, nenhuma profissão encontra tanta
dificuldade em sair do senso comum quanto as ligadas à educação. A
formação de professores enfrenta o desafio de demarcar a larga, mas
pouco óbvia diferença que separa o profissional da educação de algo
parecido com a antiga normalista - moça boa, “de boa família”, que só
por isso já poderia ser considerada professora. Talvez pelo fato da
educação começar em casa e na família ou porque o afeto permeia sua
atividade-fim.
Na verdade, entretanto, ingressar nesta carreira
requer mudanças na maneira de ver o mundo das relações humanas, em que
as pessoas se constituem como sujeitos; requer maturidade e congruência.
Além disso, o convívio com comportamentos infantis sem a eles se opor
ou sem neles se perder não é algo simples – para educar crianças e
jovens é preciso partilhar comportamentos regressivos sob a gestão de um
adulto forte (ou um ego maduro).
Profissionalizar é adquirir
ferramentas, é formar ofício, é apoderar-se de técnicas. Para o
professor as condições de planejamento, a nitidez da visão sobre a
situação a ser alterada, o conhecimento das potencialidades, a definição
dos objetivos a serem alcançados, a criatividade aplicada ao modo como
se pode alcançá-los, a atitude de avaliação constante e sensível são
formas de garantir o trânsito entre ele próprio e a sua própria criança
ou jovem, garantindo, assim, a aproximação afetiva e o distanciamento
reflexivo, necessários para ser, de fato, um educador.
Os
projetos pedagógicos de gestão ou intervenção (em diversas formas e
amplitudes) são guias para que o educador processe esse trânsito de
forma profissional, sem se perder em atitudes leigas ou fiadas na
intuição. Por isso consideramos o letramento acadêmico primordial na
formação de professores, pois, até onde nossa inteligência alcança, o
método e o pensamento científicos são as formas de garantir as reflexões
e as discussões em cenário ampliado da profissão professor, de seu
fazer e de seus resultados.
Se, de um lado, temos o conhecimento
genuíno do professor que precisa de expressão, por outro lado temos a
academia e os valores nela e por ela cultivados e incentivados pelas
agências financiadoras e reguladoras – especialmente CAPES e CNPq –
pouco ou nada dialogando nem se aproximando do “chão de sala”.
Parece
que a alimentação das necessidades de discussão da prática educativa
ficou somente a cargo das revistas comerciais e os periódicos não fazem
parte deste universo. Os indexados, então, parecem ainda mais distantes,
já que os critérios de avaliação pouco fixam os olhos na utilidade ou
aplicabilidade imediata do que se produz na academia, ficando a ciência,
em todos os seus campos, restrita ou pouco acessível por sua natureza
e, principalmente, por sua linguagem.
Alguns movimentos podem ser
percebidos na direção do rompimento da elitização do conhecimento
acadêmico. O próprio CNPq promoveu recentemente mudanças no Currículo
Lattes (o maior banco de dados sobre produção científica e acadêmica no
país), no sentido de contemplar e valorizar a comunicação com o público
leigo e a popularização do conhecimento construído intramuros. A
FAPEMIG, por sua vez, lança edital incentivando projetos de extensão em
interface com a pesquisa, apostando na ação transformadora da produção
acadêmica em seu diálogo com a sociedade. Isso ainda é pouco, mas já
sinaliza a percepção da lacuna que existe entre a academia e sua
produção e aqueles que merecem fazer uso desse conhecimento: os mesmos
que o financiam, toda a sociedade.
É nesta lacuna que a
Pró-Professor se instaura. Nascida de professores de professores, a
revista está vocacionada para mediar e tutelar a publicação de artigos
científicos produzidos pelos professores e para os professores atuantes
na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e no Médio, resguardando as
exigências de cientificidade metodológica e formal.
É por isso
que nossa decisão inicial é não buscar indexações que classifiquem a
Pró-Professor como “produção científica”, mas manter a busca do consenso
e da reflexão constante sobre tudo o que passa por ela, segundo os
propósitos expostos. Sabemos que não há espaço no cômputo das agências
avaliadoras para o que aqui vai, mas estamos conscientes da importância
deste projeto. Quem quiser e puder que nos acompanhe no que é para e pelo Pró-Professor.
Ouro Preto, 25 de setembro de 2012
Os editores da revista Pró-Professor
Fonte: http://www.cead.ufop.br/jornal/index.php/proprof
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